Na semana passada o ex-juiz Sérgio Moro anunciou sua filiação ao Podemos e sua pré-candidatura à presidência da República em 2022.
A imprensa golpista deu bastante destaque ao caso, com direito a uma capa da Veja daquelas bem cafonas, elogiando o ex-juiz como o provável salvador da pátria.
Outros órgãos da imprensa golpista também repercutem a candidatura. Se trata de uma terceira via, segundo a propaganda, “nem Lula, nem Bolsonaro”, ou seja, é a candidatura anti-Lula – Moro é o delinquente que prendeu Lula -, como Bolsonaro, defende tudo que Bolsonaro defende, vai fazer tudo o que Bolsonaro fez, mas não é Bolsonaro.
Difícil saber se Moro será usado como uma candidatura cuja função é retirar votos de Bolsonaro e atacar Lula, para beneficiar o PSDB, ou se será o plano A da burguesia.
Fato é que sua candidatura explica uma espécie de revival (ler com inglês morista) da Lava Jato, que a própria Veja, tempos atrás, tinha dado como morta. Isso explica porque a PEC 5, que pretendia limitar timiamente os poderes do Ministério Público, foi rejeitada, inclusive com ajuda e comemoração do PSOL.
A política dos que defendem a Lava Jato, incluído aí o próprio PSOL, é dar poder ao povo? Não, aos procuradores criminosos. Moro já deve estar articulando seu ministério com eles, só não sabemos se por grupo de WhatsApp ou se decidiram usar o Telegram agora.
Moro presidente terá um governo de procuradores, não sabemos se brasileiros ou norte-americanos. E na mesma lógica da Lava Jato, se temos um juiz iluminado e procuradores angelicais não precisamos de mais nada. Que povo que nada, o Brasil estará em boas mãos.