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O homem do imperialismo

Michel Temer: um agente americano no Brasil

Michel Temer se tornou homem de confiança do imperialismo no Brasil. Nenhum golpe ou qualquer ameaça deixará de passar por suas mãos.

Quando no dia 8 de setembro, o então ilegítimo presidente da República, Jair Bolsonaro, publicou a famosa carta apaziguadora entre os “poderes”, acalmando os ânimos da sua base fascista, já seria por si só um acontecimento político estranho. Contudo, quando vemos que nada mais nada menos que Michel Temer, o homem do golpe contra Dilma, o agente principal do imperialismo, foi quem supostamente escreveu a carta para Bolsonaro, evidencia-se a face do regime bolsonarista, não apenas que ele é um capacho do imperialismo e homem de confiança dos norte- americanos no Brasil mas que é uma continuidade do regime instituído por aqueles que deram o golpe: o PSDB, o MDB, o DEM.

Mas afinal quem é Michel Temer?

A carreira política de Michel Temer é recheada de episódios fascistóides. Como secretário de Segurança Público do Estado de São Paulo em 1984 – indicado por Franco Montoro que viria a ser o primeiro presidente do PSDB –  já incentivava a privatização dos presídios no estado de São Paulo e incentivou fortemente o aumento do efetivo policial em um período que o país estava “saindo” da ditadura formal. 

Cinco dias após o massacre do Carandiru, que ocorreu em 2 de outubro de 1992, Michel Temer substitui o secretário de segurança e deu a seguinte declaração:

Os militares envolvidos em confrontos como os do Pavilhão 9 da Casa de Detenção, em casos de perseguição, cercos, tiroteios, merecem repousar depois de ações como essas e ser submetidos a tratamento psicológicos. O choque do dia-a-dia é uma tarefa ingrata e eles precisam de repouso e meditação. Vou recomendar ao comando-geral da Polícia Militar esse tratamento“.

Em 1995, assumiu como deputado federal, quando tinha um amplo apoio da ala de Orestes Quércia, sendo escolhido líder do PMDB na câmara. Contudo, ao longo daquele ano, Temer afastou-se de Quércia e acompanhou a posição governista nas votações de emendas constitucionais. Desta forma, votou favoravelmente à quebra do monopólio estatal das telecomunicações, do término do monopólio da Petrobrás na exploração de petróleo, e ao fim do monopólio dos estados na distribuição de gás canalizado. Temer já junto com FHC já tomava uma posição totalmente pró-imperialista e entreguista que marcaria sua aproximação definitiva como imperialismo.

Um informante dos Estados Unidos?

Em 2006 o Wikileaks vazou um documento em que Temer fazia um tipo de relatório para os Estados Unidos, informando a situação política atual. Segundo o site, Michel Temer se reuniu duas vezes com funcionários do governo dos Estados Unidos para discutir possíveis alianças eleitorais e comentar a situação política brasileira. 

Temer, na época deputado e presidente do PMDB, considerava que a eleição de Lula da Silva havia criado uma esperança na população, mas ao mesmo tempo pensava que seu desempenho na presidência havia sido decepcionante, razão pela qual avaliava a possibilidade de que seu próprio partido político lançasse um candidato. Contudo, também cogitava fazer uma aliança eleitoral com o PT caso uma candidatura própria não fosse viável.

Ao publicar estes documentos, o WikiLeaks identificou Temer, em sua conta do Twitter, como um “informante de inteligência” dos Estados Unidos.

Em 2010, quando Michel Temer ainda era o presidente da Câmara, recebeu vindo dos Estados Unidos, Thomas Shannon, que demonstrou para o então presidente da Câmara curiosidade no cronograma de votações dos projetos relacionados à exploração de petróleo da camada do pré-sal. Shannon ressaltou a localização estratégica das reservas de petróleo em área fora das chamadas zonas de conflito, como o Brasil. O golpista Temer afirmou que as votações na Câmara devem terminar no dia 10 de março, o que leva a crer, segundo o deputado, que os quatro projetos possam ser votados pelo Senado ainda este semestre.

O diplomata norte-americano destacou também o interesse de Washington, capital dos Estados Unidos, em estreitar as relações não apenas entre os governos federais, mas entre os Legislativos e as entidades da sociedade civil organizada. “Há o interesse em fortalecer a relação entre as duas sociedades em toda a sua diversidade”, disse Shannon.

Temer agradeceu a visita e a disposição manifestada pelo embaixador e afirmou que teria interesse em visitar o Congresso americano em abril, quando deve cumprir agenda oficial em Washington. O presidente da Câmara disse ainda que deve ser colocado em votação, possivelmente nas semanas após o Carnaval, um projeto de decreto legislativo que regulamenta um acordo internacional entre o Brasil e os Estados Unidos para a troca de informações tributárias.

Relações com Biden

Dados falam que Biden e Temer se conhecem desde 2012 e mantêm uma boa relação desde então. Durante a Copa do Mundo de 2014, onde já se iniciava o golpe, Biden veio ao Brasil e visitou Temer a sós no Palácio do Jaburu, em Brasília. Após o Golpe Biden declarou que a mudança de governo no Brasil seguiu os ritos constitucionais e assegurou que os EUA irão trabalhar “de perto” com o governo Temer.

O homem da repressão

Muito se fala da ameaça bolsonarista em relação ao artigo 142 da Constituição, que permite que os militares intervenham, contudo, Michel Temer chamou o artigo por uma semana em maio de 2017, assinado pelo golpista Sergio Etchegoyen.

Em 2018 foi a vez de assinar a medida de intervenção militar no Rio de Janeiro. O general do Exército Walter Souza Braga Netto – o atual ministro da Defesa de Bolsonaro –  do Comando Militar do Leste, será o interventor no estado. Assumiu até o final de 2018 tendo como resultado um massacre contra a população pobre do Rio de Janeiro.

As costas quentes

Michel Temer mostra-se também um homem de costas quentes. Ao ser entrevistado no Roda Viva no último dia 27 de setembro colocou: “Eu li a entrevista [dada pelo presidente a] Veja e, em dado momento, ele diz que ‘houve o telefonema do Temer’ (…) Quando chegou na quarta-feira, dia 8, eu fixei bem o horário, o presidente me ligou. Eu não falava com ele há uns 8 ou 9 meses.”

Temer mostra segurança de quem tem um apoio muito forte. Coloca as questões do Brasil como se representasse um órgão maior, quando fala no mesmo programa do Roda Viva: “Senti um clima muito negativo no país. Evidentemente, em face a provocação do presidente, eu não poderia me omitir. Vi, naquele momento, uma oportunidade de ‘distensionar’ as questões todas”, explicou Temer.

Michel Temer se coloca como elemento superior da política brasileira, articulador de golpes, de apaziguamento com a extrema-direita mostrando ser o braço direito do imperialismo no Brasil. De fato: Temer foi o homem do golpe e é o homem da continuidade do golpe no Brasil.

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