Os trabalhadores metalúrgicos da WDS (Woodbrook Drive Systems Acionamentos Industriais Ltda), localizada em Contagem, na grande Belo Horizonte (MG), decidiram em eleger uma comissão de trabalhadores para se dirigir à matriz da empresa em São Paulo, com o objetivo de pressionar a empresa para que pague os salários atrasados a mais de 10 meses, que restabeleça o pagamento do plano de saúde, vale alimentação; além de tudo isso, a empresa não recolhe os valores do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), desde o ano de 2014.
Os metalúrgicos, através das suas organizações de luta, já realizaram várias manifestações, mobilizações e greve, como a do ano passado, quando a categoria paralisou as suas atividades por mais de 40 dias e, até o presente momento, a direção da empresa não moveu um dedo sequer para solucionar o problema, deixando à própria sorte centenas de trabalhadores e seus familiares. Além de toda essa barbaridade, cerca de 120 funcionários, que foram demitidos, estão até hoje sem receber os salários e direitos rescisórios.
A situação dos trabalhadores da WDS evidencia, mais uma vez, que a economia capitalista está ladeira abaixo. São milhões de desempregados, dezenas de milhões abaixo da linha da pobreza, milhares de indústrias fechando as suas portas.
O golpe utilizado pela empresa em abandonar a filial na cidade de Contagem (MG), com a decretação de falência e pedido de recuperação judicial é o método tradicional dos patrões de abandono das suas obrigações trabalhistas deixando para que algum dia, sabe-se lá quando, irá resolver a questão.
Enquanto isso os trabalhadores morrem de fome e não recebem os seus direitos trabalhistas e sociais. Somente de salários atrasados são R$3 milhões, mais de R$4 milhões em verbas rescisórias e quase R$5 milhões de FGTS, um verdadeiro roubo contra os trabalhadores.
Esse caso da metalúrgica em Contagem não deixa dúvida do caráter parasitário dos capitalistas e banqueiros que sempre estão dispostos a deixar os trabalhadores sem emprego para não terem que pagar pela crise.
Para os trabalhadores da WDS não há outra saída que não seja a intensificação da luta contra a política de terra arrasada dos patrões. É necessário passar à ofensiva contra a direção da empresa, uma questão de vida ou morte para a classe trabalhadora. Os capitalistas e seus governos já mostraram que estão dispostas a deixar toda a classe trabalhadora morrer, seja de doença ou de fome, para salvar os seus interesses.
Diante dessa situação, em que os capitalistas estão colocando a crise nas costas dos trabalhadores, é preciso ocupar a fábrica até que todas as suas reivindicações sejam atendidas. Que os patrões paguem pela crise criada por eles mesmos.