Crise

México ameaça nacionalizar o lítio, contrariando monopólios

Presidente Obrador envia projeto de emenda constitucional para proteger importante recurso mineral da especulação internacional e garantir o desenvolvimento nacional mexicano

Semana passada, o presidente do México López Obrador encaminhou uma proposta de emenda constitucional que traz a nacionalização das reservas de lítio no País. Isto significaria retomar as concessões concedidas atualmente, de modo que o Estado Mexicano passaria a controlar a nona reserva mundial deste minério fundamental para a produção de baterias e tem sido alvos de várias especulações no mercado financeiro.

Na mensagem encaminhada ao congresso, Obrador diz: “Se trata de um minério estratégico. Sem este minério nas mãos da nação, não poderíamos nos desenvolver. Há uma disputa mundial sobre como as empresas hegemônicas querem manter o domínio sobre o lítio”.

López Obrador está se referindo ao anúncio da novíssima Associação Internacional de Lítio com sede em Londres que reúne empresas como SQM, Ganfeng, Lithium Co, Ltd, AMG Brazil S.A, Orocobre Ltd, Pilbara Minerals e Savannah Resources. Os capitalistas associados a estas empresas controlam mais da metade da produção deste minério.

Além disso, percebe-se como o lítio tem sido alvo de inúmeras especulações dos capitalistas internacionais. Em um relatório publicado em fevereiro deste ano pela Mining Watch Canad, uma ONG deste país, trouxe as seguintes revelações: No México, existiriam 36 projetos de mineração de lítio controlado por dez empresas estrangeiras. Mas 84% destes projetos não começaram a funcionar, estão em tramitação. Sendo que a grande maioria destas empresas se encontra em condições falimentares. O objetivo de manter as concessões para especular no mercado internacional de lítio.

Por isto, a emenda constitucional que visa fortalecer a Comissão Federal de Eletricidade, a empresa estatal responsável pela geração, transmissão e distribuição da emergia elétrica. Com a sua aprovação o Estado passa a ser o único com a permissão de extrair, explorar, comercializar, distribuir e armazenar este recurso mineral.

Ainda assim o secretário da Gobernación, equivalente ao ministro da Casa Civil, Adán Augusto López, afirmou que os compromissos já assinados continuarão em vigor, embora não serão emitidas mais licenças. Atualmente existiriam pelo menos oito concessões com empresas estrangeiras para a extração do “petróleo do futuro”.

Embora o governo de Obrador seja um dos mais moderados governos de esquerda da América Latina, é preciso destacar que a política vai no sentido correto de um enfrentamento com o imperialismo. Isso, obviamente, não é obra somente do presidente: é resultado das contradições que explodem no país. O projeto de emenda constitucional é, contudo, muito tímido, pois não prevê a retomada das concessões já concedidas aos monopólios imperialistas que deveriam passar para o controle do Estado sem indenização, uma vez que é uma riqueza do povo mexicano.

Setores com a produção da prata, cobre, ouro, zinco, cádmio entre outros são controlados por grandes empresas privadas no país. Ao mesmo tempo sabemos que a nacionalização dos recursos naturais é só um passo é preciso garantir que a receita produzida seja efetivamente direcionada para as necessidades do povo mexicano. Não se pode esquecer que a PEMEX, a empresa petrolífera mexicana foi criada em 1938 com o monopólio estatal sobre a produção de petróleo.

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