Na última terça-feira (13) a direção golpista da Caixa Econômica Federal deu mais um passo na privatização da empresa quando abriu o período de reserva para pequenos investidores comprarem ações da Caixa Seguridade, etapa esse que antecede a abertura do capital da subsidiária do banco, previsto para o próximo dia 29 de abril.
A Caixa Seguridade teve um faturamento de R $35,9 bilhões em 2020, um crescimento anual de 13,1%, com receitas operacionais, nesse mesmo ano, somando R $2,2 bilhões, com alta de 7,9%; o lucro líquido bateu a cifra de R $1,8 bilhão.
Os números expressivos do faturamento da seguradora da CEF, não deixam dúvidas do que está em jogo na abertura do capital da subsidiária: o atendimento, por parte do governo ilegítimo de Bolsonaro, dos interesses dos grandes banqueiros e capitalistas nacionais e internacionais. Não é um mero acaso que todo o processo de abertura do capital esteja sendo coordenado por grandes bancos estrangeiros e nacionais, tais como o Morgan Sanley, Bank of America, Credit Suisse, Itaú BBA, USB BB.
Desde o início de 2019, a nova direção do banco, sob a gestão de Pedro Guimarães, executa o “desinvestimento” do banco, com a venda de ativos da Caixa na Bolsa de Valores pela primeira vez em 158 anos!
O atual presidente do banco é especialista em privatizações. Guimarães foi assessor na venda do Banespa, funcionário de Paulo Guedes no BTG Pactual e é sócio do banco de investimento Brasil Plural.
A ficha corrida do presidente da Caixa revela que a justificativa da venda das ações das subsidiárias das empresas públicas, no caso da Caixa Seguridade, de que os recursos serão utilizados em investimentos para ajudar o país a superar a crise, agravada pela pandemia do coronavírus, cai por terra. Na verdade, os recursos irão para o bolso dos grandes banqueiros como forma de pagamento de juros da dívida pública.
O processo da venda das ações da Caixa Seguridade é mais um passo da direita golpista em pavimentar o caminho da privatização do único banco 100% público no país. Além do setor de seguridade do banco, a direção do banco já manifestou o seu interesse em abrir o capital, também, do setor de Cartões, loterias, e a transferência da administração dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para os banqueiros privados.
A Caixa Econômica Federal é um dos bancos mais importantes do País, responsável por programas sociais e de habitação. Vender o banco significaria acabar com programas e com o financiamento para serviços essenciais como saneamento básico, empréstimo estudantil (Fies), Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida. Ou seja, atingirá negativamente dezenas de milhões de brasileiros. É neste sentido que os golpistas iniciaram o processo pela Caixa Seguridade, procurando fatiar a privatização.
Contra mais essa medida da direção da empresa, é necessário uma ampla denúncia e que as organizações de luta dos bancários preparem imediatamente uma verdadeira mobilização. A política de “pressionar” os banqueiros e o governo Bolsonaro sem mobilizar os trabalhadores é um beco sem saída.
Realizar congressos, assembleias da categoria virtuais, ou mesmo com medidas apenas institucionais, em nada afetará a ofensiva reacionária dos patrões. A única medida que os banqueiros entendem é a mobilização nas ruas, através dos seus métodos tradicionais de lutas, greves, ocupações , etc. Organizar a luta unitária de toda a categoria bancária, que vem sofrendo as consequências da ofensiva reacionária dos banqueiros e seus governos através de demissões em massa, conjuntamente com os demais trabalhadores que estão na linha de frente desses mesmos ataques, bem como os servidores públicos, petroleiros, correios, Eletrobrás, etc. e com os setores populares afetados pela política de privatização da caixa, como sem tetos, estudantes etc.





