Jornais e sites da imprensa burguesa e também da esquerda, divulgaram no dia de ontem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia participar dos atos convocados para o próximo dia 19, por vacina, auxílio emergencial e Fora Bolsonaro, que devem levar às ruas centenas de milhares de pessoas, expressando a imensa revolta popular contra a catástrofe que Bolsonaro e toda a direita provocaram no País, levando à morte mais de meio milhão de brasileiros e fazendo o País bater seguidos recordes de desemprego, fome e miséria.
Na semana passada, Lula já havia se posicionado a favor das mobilizações, apontado corretamente que
“Somente o povo pode resolver o problema da ingovernabilidade do Bolsonaro”
A participação de Lula ajudaria a sepultar a politica reacionária, que dominou a esquerda por mais de um ano, de acompanhar a orientação da direita do “fique em casa” e, de fato, “morra sem lutar”. Política que levou a maioria da esquerda e à burocracia sindical a fecharem até mesmo as sedes dos sindicatos, partidos e milhares de entidades de luta, enquanto milhões de trabalhadores saíam todos os dias de casa para trabalhar ou procurar emprego e se enfrentarem com a política criminosa dos patrões e dos seus governos de deixar o povo morrer e não adotar – de fato – nenhuma medida de combate efetivo à pandemia.
Essa política foi ferida de morte com os mais de 200 atos de 29 de maio que levaram mais de 200 mil pessoas às ruas contra Bolsonaro, e alteraram qualitativamente a situação política em favor da esquerda, abrindo caminho para um processo de luta que pode levar, inclusive, à derrubada do governo.
Segundo se divulgou, Lula teria dito a interlocutores que ainda estaria analisando se participa de alguma manifestação presencialmente ou se vai se pronunciar nas redes sociais.
No PT e na esquerda de um modo geral, há setores – como o PCO – que defendem a participação de Lula nos protestos por sua liderança e capacidade de impulsionar ainda mais as mobilizações. E há outros setores que não querem que ele participe, justamente porque não querem impulsionar os atos de rua e a mobilização popular como a principal arma do povo trabalhador para “resolver o problema” – como afirmou Lula – mas pretendem que a saída da esquerda seja buscada por meio de acordos com a direita golpista, ou seja, apontam para uma perspectiva de conciliação e capitulação com os setores que deram o golpe que derrubou a presidenta Dilma, articularam a condenação e prisão ilegal de Lula e aprovaram – juto com Bolsonaro e toda a direita – todo tipo de ataques aos trabalhadores no últimos anos.
As gigantescas manifestações do dia 29, quando o povo furou o bloqueio da maioria das direções da esquerda e saiu às ruas, colocaram o governo Bolsonaro em risco e deram um duro golpe nessa direita tradicional, que defendeu o “fique em casa” e quer que o povo espere pelas “soluções” que seriam criadas no interior do próprio regime golpista, o que não vai acontecer.
A participação ativa de Lula na mobilização pode ser decisiva para jogar por água abaixo essa manobra da direita. O esquema que alguns setores buscam articular para colocar a esquerda popular a reboque de uma direita sem nenhuma popularidade é inviável com a presença de Lula. Tal manobra só poderia ser bem sucedida se a situação tivesse se mantido como estava, ou seja, sem mobilização de rua e sem Lula.
Por isso os jornais da burguesia, e toda a direita, veem com muito receio a participação de Lula nos atos.
Lula é uma arma poderosa no sentido da mobilização dos trabalhadores, capaz de levar uma multidão ainda maior às ruas e reforçar a ideia de que é pelo enfrentamento e derrota da direita que os explorados e suas organizações vão avançar no sentido de conquistar as necessidades mais sentidas do povo trabalhador e abrir caminho para impedir as articulações golpistas que Bolsonaro e toda a direita estão tramando.
É preciso reforçar as reivindicações populares e o caráter esquerdista das manifestações. Quanto menos confuso o ato, melhor para a esquerda. E a presença de Lula é chave para isso.
Lula é o candidato da esquerda e o mais popular do País. Esse é o medo da burguesia, que sabe que a presença de Lula nas manifestações será um golpe definitivo em suas pretensões de controlar o movimento. As frentes e organizações populares que convocaram o ato já lançaram seu convite a Lula para que ele participe do ato.
Que Lula venha para os atos. Sua presença é urgente e fundamental para o desenvolvimento da mobilização que, quanto maior e mais combativa, pode apressar a saída que interessa aos trabalhadores diante da crise.





