Além do grande jogo que Palmeiras e Santos protagonizaram no estádio mais famoso do mundo, neste último sábado, pela final do torneio mais importante das Américas, um fato curioso chamou a atenção dos que assistiram ao espetáculo futebolístico de grande prestígio, transmitido mundialmente pela televisão: havia torcida nas arquibancadas, quer dizer, 5 mil ingressos foram disponibilizados para alguns ”bons de boca” que conseguiram ir ao estádio ver o jogo presencialmente.
Enquanto a maioria dos torcedores dos clubes, as massas pobres ficaram de fora, foi feito uma esquema para que estes 5 mil privilegiados, entre eles o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) puderem usufruir da aglomeração só para ricos, ao mesmo tempo que os comentaristas esportivos criticavam as torcidas que faziam a festa do lado de fora do estádio, escancarando para a crônica esportiva controlada pelos capitalistas, somente a burguesia pode torcer.
Entre os grandes ”bonzões” privilegiados que puderam assistir ao jogo, mostrando a farsa do combate a pandemia x lucro dos capitalistas, estavam: jogadores, árbitros, técnicos e comissões dos finalistas; Estafe de operações da Conmebol; Pessoal de segurança e protocolos sanitários; Empregados do Maracanã e responsáveis pela transmissão; Profissionais de imprensa; Convidados dos patrocinadores e dirigentes da Conmebol; Autoridades da cidade, estado e país; Convidados dos clubes finalistas, etc.
Ou seja, um contingente de pessoas muito grande, indo na contramão de que tudo que as autoridades sanitárias e os governos ”científicos” vinham pregando até agora, com as medidas de distanciamento social, exigindo o isolamento dos trabalhadores mas neste caso, quando se trata dos ricos, veja só que interessante e curioso, isto é totalmente ignorado, para total surpresa dos que não enxergam a política pela luta de classes.
Tal infração foi considerada ”gravíssima” pelo Instituto de Vigilância Sanitária pelo ”não cumprimento das medidas de proteção à vida”, com base no Art. 30 inciso XXV do Decreto 45585 de 27 dezembro de 2018, a Conmebol, entidade máxima da picaretagem e destruição do futebol sul-americano, teve que pagar os míseros de 14 mil reais de multa, uma verdadeira merreca considerando a quantidade de dinheiro que eles tem embolsados nos cofres e continuam ganhando em detrimento dos clubes, tendo como carro-chefe, como sempre, o futebol brasileiro, como foi mostrado nesta final.
E a imprensa esportiva patrocinada pelos patrões fez silêncio em relação ao acontecimento, com algumas exceções como o jornalista carioca Mauro Cezar Pereira, que denunciou, criticou o silêncio dos meios de comunicação em relação a aglomeração e disse que estariam presentes 7 mil pessoas para ver a partida de futebol.
Para encobrir a situação ridícula, o sistema de som do Maracanã chegou a avisar os torcedores para ”usarem máscara” e “manterem distanciamento social”. Segundo consta, alguns seguranças ”incentivaram”, para bom entendedor, para que as pessoas a sentarem em cadeiras mais distantes, mesmo assim os torcedores ficaram espalhados e aglomerados mostrando a farsa da situação, visto que em um estádio com capacidade para 70 mil pessoas, deixar 5 a 7 mil aglomerados é simplesmente um crime.
Finalmente, a todo momento vemos os governos direitistas como de Bruno Covas e João Doria, que não fizeram absolutamente nada para conter a pandemia se juntarem com a imprensa, desportiva ou não, no coro de culpar a população pelo contágio do vírus, enquanto o povo trabalha como gado em transporte público lotado, sem nenhuma chance concreta de quarentena, só demagogia, para desviar o foco do problema que é o estado burguês, não o povo esmagado por ele





