Na madrugada desta segunda-feira (13/12), cerca de trinta famílias da Associação Alto da Esperança foram surpreendidas com uma verdadeira operação de guerra para realizar o despejo das famílias que ocupam um terreno próximo ao anel viário na entrada da cidade de Porto Seguro, no Extremo Sul da Bahia.
As informações são de 10 caminhões, 3 tratores, 16 veículos da prefeitura e mais de 60 homens para realizar o despejo completamente ilegal realizado pela prefeitura do bolsonarista Jânio Natal.
A área ocupada pelas trinta famílias se encontra em disputa judicial e não possui documentação, sendo de interesses de aquisição de familiares do próprio prefeito Jânio Natal, e por isso o interesse em despejar as famílias de trabalhadores o quanto antes.
As famílias não sequer receberam o aviso do despejo e a prefeitura não apresentou nenhuma liminar da justiça para realizar o despejo, o que reforça o despejo ilegal. Sequer foi dado um prazo para a retirada dos pertences das pessoas, os tratores destruíram as estruturas e os funcionários a mando do prefeito atearam fogo em móveis e até em documentos.
Os secretários de Porto Seguro e a guarda municipal diziam que “nós vamos passar por cima” e “pobre tem que ir para lugar de pobre”.
É importante lembrar que a prefeitura de Jânio Natal está acostumada a realizar ações ilegais. Em agosto deste ano, Jânio Natal se aproveitou de uma decisão da justiça para identificar os responsáveis pelas construções dos indígenas na orla, e de maneira criminosa utilizou todo aparato policial para intimidar os indígenas destruir diversas cabanas de praia de indígenas Pataxó da aldeia Novos Guerreiros que está dentro da Terra Indígena Ponta Grande, na divisa entre os municípios de Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália.
O prefeito criminoso se aproveitou das recentes chuvas e dos desastres causados pelas enchentes para atacar as famílias, já que os movimentos sociais de luta pela terra e moradia, sindicatos estão desmobilizados para dar assistências as famílias atingidas pelas cheias.
A única saída para as famílias é denunciar essa ação criminosa e os interesses por trás do despejo e da grilagem de terras públicas por políticos locais e seus familiares. É preciso denunciar e reocupar a área até que seja entregue de maneira definitiva para as famílias de trabalhadores que estão no local.
Veja alguns vídeos abaixo: