Em mais uma ofensiva contra a classe trabalhadora, o governo golpista de Jair Bolsonaro trabalha em conjunto com o Congresso para incluir na legislação um mecanismo permanente que permitirá ao empregador rifar o empregado a qualquer momento. Com esse dispositivo, o governo o patrão poderá ativar o programa de suspensão de contratos e corte de jornada e salários, sob o pretexto de “situações de calamidade”.
A manobra, vista com bons olhos pelos jornais da burguesia, foi prontamente aclamada pelo Valor Econômico. Em entrevista ao jornal, nesta quarta-feira, 30, o deputado Christino Áureo (PP-RJ), relator da medida provisória (MP), disse que sua intenção é criar um gatilho a ser acionado “em caso de necessidade”. Bruno Bianco, secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, saudou a invectiva contra os trabalhadores dizendo que a ideia é importante e muito boa, além de estar alinhada com os planos do ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Se tivermos uma possibilidade, caso enfrentemos algo no futuro, de apertarmos um botão e isso já nos proporcionar o acionamento do benefício, melhor. Estamos discutindo tudo”, disse Bianco.
Esse, no entanto, é apenas uma das baterias da artilharia de guerra de Bolsonaro contra os trabalhadores. Em abril deste ano, Bolsonaro assinou medidas provisórias para que regras trabalhistas sejam ainda mais flexibilizadas e favoráveis aos espoliadores. Sob o pretexto do agravamento da pandemia, a direita está imolando ainda mais os trabalhadores e trabalhando para que não sobre nenhum direito trabalhista.