Moradores da Vila Prudente, zona leste de São Paulo, uma das favelas mais antigas da cidade surgida na década de 1940, estão vivendo uma séria ameaça de despejo pelo governo municipal do prefeito “científico” de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). O motivo da angústia de mais de 1.700 famílias que vivem na vila se deve à construção da linha 15 do metrô, um monotrilho que passará pela comunidade. O governo alega que não há outra possibilidade para ligar a Vila Prudente ao bairro do Ipiranga.
Os moradores da vila protestam contra a construção do metrô à custa dos despejos das famílias. Elas vivem há mais de 40 anos na comunidade, mas nunca foram ouvidas sobre o projeto, um total desrespeito da burguesia pelo povo. A população clama por outras opções de mobilidade urbana, para a qual sabe-se que há outras opções. Porém, o governo genocida de Covas está à procura da solução mais econômica para si mesmo, mesmo que violente as comunidades, as tradicionais vítimas da violência estatal.
A burguesia paulista está intensificando seus ataques à população diante da crise capitalista e da pandemia. Por isso ataca sobretudo as populações que vivem nas favelas. A política da classe dominante é culpar o povo pela própria exclusão da qual é vítima. Recentemente afirmou a primeira-dama fascista de São Paulo, Bia Doria (esposa de João Doria), que os moradores de rua gostam de viver nesse estado de miséria e exclusão. Não é por acaso que programas de habitação não passam pela cabeça dessa escória indigna que está encastelada no poder.
Recentemente, viu-se a mesma situação de ataque à memória, à moradia e à tradição popular na cidade de Salvador, no subúrbio ferroviário, cuja maioria da comunidade está contra o fim da tradicional linha férrea para dar lugar a um impopular monotrilho “moderno”.
Enquanto a esquerda fica em casa, esperando a pandemia passar, a direita desmonta o patrimônio histórico, arquitetônico e humano do povo brasileiro. Até agora nenhuma alternativa foi apresentada pelos governos tucanos em nível municipal e estadual.
A comunidade de Vila Prudente precisa ser ouvida. Ela é quem deve decidir o futuro de sua comunidade. Para aonde vão essas famílias? Despejar mais de mil famílias é um crime contra a humanidade. É preciso protestar, denunciar, impedir esses ataques com apoio de toda a comunidade e associações de bairro que realmente lutam pelas causas populares.