A crise por leitos para pacientes de Coronavirus na cidade de Manaus denunciou a política de abandono com a saúde e descaso para com a inevitável tragédia que se anunciou após a abertura total do comércio e a volta às aulas na capital Amazonense em plena pandemia .
Foi noticiado na própria imprensa burguesa no dia 15 de janeiro, que um que 85% dos leitos de UTI no estado do Amazonas foram fechados entre junho e outubro de 2020. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Votorantin com a finalidade de verificar a disponibilidade de respiradores na rede pública e privada no país.
Isto significa que dos 135 leitos de UTIs criados para tratamento da COVID19, 117 foram desativados restando portanto, 18 leitos daqueles criados no início da pandemia. Os dados são baseados em informações da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas.
Atualmente Manaus vive uma situação de completa catástrofe sanitária com recordes de hospitalizações. No momento 58 pessoas aguardam internação em UTI. Informações da Secretaria de Saúde apontam também que 700 pessoas necessitam leito hospitalar já havendo solicitação de transferência para outros estados.
Vídeos de denúncia circulam na rede por parte de parentes de doentes como de profissionais de saúde afirmando que não é possível atendimento para todos, e que estes precisam escolher aos quais prestarão assistência enquanto assistem alas inteiras de pacientes morrerem por asfixia. Não faltam apenas leitos em Manaus, falta também oxigênio na capital, elemento essencial para a manutenção da vida de um doente de Coronavirus.
Dizer que o governo não esperava um aumento da necessidade de leitos, e que por motivos de custos relativo à leito inativo ,desativou 85% das UTIs é uma sórdida canalhice . Qualquer pessoa em sanidade mental chega à conclusão de que o desastre era inevitável.
As medidas de controle de circulação do vírus foram e continuam inexistentes. Não há testagem massiva da população , não há transporte coletivo com segurança. As medidas demagógicas de lockdown nunca visaram a proteção da classe trabalhadora. Pelo contrário, atingiram apenas a uma pequena parcela da classe média protegida em seu home office e nos pedidos delivery na internet.
A abertura comercial e a das escolas visavam satisfazer a pressão dos capitalistas que viam seus lucros diminuídos na pandemia . Manaus foi a primeira capital a reiniciar aulas presenciais.
O fechamento da Unidades de terapia intensiva denuncia o pouco caso para com a população e a priorização dos recursos públicos para outros fins que não a garantia de vida do povo trabalhador.
O caso de Manaus se repete um outras capitais como também no interior. As denúncias não param de falta de leitos em todos os cantos do país e a quantidade de mortos diários notificados supera a do ápice da pandemia em meados de 2020.
A única forma de acabar com o genocídio do povo Brasileiro é expulsar os golpistas do poder. Isto só é possível através de um amplo chamamento à luta ,um levante popular através de uma greve geral que mostre aos capitalistas que a força está nas mãos do povo e este é quem deve ditar o seu destino. Enquanto isto não ocorre, e a esquerda não assume seu papel assistiremos muitos ” Manaus” ainda em 2021.