Os trabalhadores em frigoríficos, que mais sofrem diante das péssimas condições de trabalho no país, correm sério risco de terem essa situação aumentada exponencialmente pelos patrões e pela política do governo golpista de Jair Bolsonaro.
Os donos de frigoríficos, os principais responsáveis por mais de 250 mil trabalhadores contaminados pelo COVID-19 até hoje, não satisfeitos com tamanha tragédia, resolveram que toda e qualquer legislação, as quais nunca respeitaram na prática, sejam extintas. O objetivo é de que os trabalhadores possam ser mutilados, mortos em que tenham que se enfrentar com “aborrecimentos” com a justiça.
A sugestão feita pelos donos de frigoríficos, do setor de abate e processamento de carnes e derivados, ao governo Bolsonaro, entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, se refere a uma série de mudanças na Norma Regulamentadora (NR) 36, que estabelece protocolos de saúde e segurança para os trabalhadores de frigoríficos.
A argumentação dos escravistas, donos dos frigoríficos é de que há “excesso de burocracia”, “insegurança jurídica” e “aumento dos custos na operação” para reduzir os direitos e garantias trabalhistas.
Os patrões de frigoríficos agem como verdadeiros criminosos no que se refere às questões de proteção e segurança, sendo esse setor industrial que, de longe, ocorre mais acidentes e doenças ocupacionais.
Em 2011, devido ao levantamento realizado nos frigoríficos, em todos os seus ramos de atividades, mostrando a situação catastrófica no setor, resultou em um documentário. Desde aquele período, mesmo com a criação de uma norma regulamentadora para o setor, as condições de trabalho pioraram extremamente. No entanto, o procurador do Trabalho Lincoln Roberto, integrante do projeto nacional de adequação do trabalho em frigoríficos do Ministério Público do Trabalho (MPT) é capaz de dizer que, “em geral, as grandes empresas do setor já abarcaram os parâmetros da NR 36 em seus estabelecimentos e na execução de suas atividades, buscando ativamente seu cumprimento”.
Continua o procurador Lincoln Roberto: “é inconcebível que, no momento da pior crise sanitária da história, os trabalhadores dos frigoríficos, qualificados como essenciais e que continuaram normalmente seu labor para garantir a abastecimento de alimentos à sociedade, tenham retirados quaisquer direitos”.
Regime de escravidão
Nunca é demais lembrar que diante da tragédia anunciada da pandemia do coronavírus, os golpistas do Executivo abriram mão de qualquer segurança e proteção aos trabalhadores, procurando extinguir toda e qualquer fiscalização no setor, deixando os trabalhadores nas mãos dos patrões.
O fascista Bolsonaro, como fez com a extinção das Normas Regulamentadoras 1, 2 e 12, quer fazer o mesmo com a NR 36, por ter “insegurança jurídica”, e ser “burocrática”, está fazendo demagogia com empresários, extinguindo uma norma regulamentadora que foi feita para inglês ver.
A revisão deve ocorrer em plena pandemia de COVID-19, que fez disparar a lucratividade do setor e, em paralelo, os riscos de adoecimento. Ou seja, reina o cinismo e demagogia em um governo de golpistas. É preciso por para fora Bolsonaro. Formar uma frente de luta e se unificar entorno da candidatura Lula.