A recente tentativa de despejo realizada pelo latifúndio através da PM de Rondônia e da Força Nacional de Segurança sob controle de Bolsonaro contra as 800 famílias da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia nos acampamentos Tiago dos Santos e Ademar Ferreira acendeu um alerta.
As forças de repressão tentaram de todas as maneiras o despejo. Criaram um clima de guerra contra os camponeses, com assassinato de policiais que estavam a serviço do latifúndio (é muito comum o conflito entre os próprios latifundiários e grileiros de terras). Devido a este fato, justificaram ações violentas. Efetuou-se também ao envio da Força Nacional pelo governo Bolsonaro, chegando até o assassinato realizado por policiais à paisana e ao lado de latifundiários. Resultado: em dois meses foram 5 camponeses assassinados por policiais-pistoleiros.
É uma série de arbitrariedades por parte dos órgãos do Estado, como ações de despejo completamente ilegais realizadas no período noturno, sem oficial de justiça e contrariando a própria decisão do Supremo Tribunal Federal de suspensão do despejo nesses dois acampamentos.
As famílias que foram despejadas, além da violência sofrida, foram colocadas em cárcere privado e deixadas por mais de 15 horas sem alimentação e água pela polícia e pelo estado, gerando revolta e confrontos dentro do próprio local para onde as famílias despejadas foram encaminhadas.
LEIA TAMBÉM:
Exclusivo: Advogado da LCP fala do massacre no campo
Isso ocorre porque a zona rural de Rondônia é um protótipo que os latifundiários querem para o campo em todo o Brasil.
O governador é um coronel da Polícia Militar, o Coronel Marcos Rocha, alinhadíssimo com Jair Bolsonaro. Seu secretário de Justiça é o coronel José Hélio Cysneiros Pachá, o carniceiro de Santa Elina, pois foi um dos comandantes da operação que massacrou os camponeses, no episódio que ficou conhecido como o Massacre de Corumbiara.
Diante desses elementos, a repressão e a violência do estado e do latifúndio se intensificaram e está chegando à beira de um novo massacre.
Os camponeses estão resistindo bravamente, com fechamento de rodovias, destruição de pontes e estradas, além da solidariedade de diversas organizações, fato que está forçando a própria burguesia recuar para evitar um novo confronto.
Essa violência mostra a necessidade de se desfazer de qualquer confiança nas instituições do Estado (INCRA, governos, Justiça etc.) e muito menos nas forças policiais que comprovadamente atuam como pistoleiros do latifúndio. A única forma de defender essas famílias dos acampamentos Tiago dos Santos e Ademar Ferreira (e também todos os outros locais de trabalhadores espalhados pelo Brasil) é a formação de comitês de autodefesa dos camponeses contra a violência do latifúndio. Essa é a principal reivindicação desse momento além do direito ao armamento dos trabalhadores do campo para se protegerem da selvageria dos capangas do latifúndio.
E o apoio efetivo e incondicional aos camponeses pobres de Rondônia e à LCP que está enfrentando os ataques do latifúndio. Sem essas reivindicações e apoio das organizações de trabalhadores e da esquerda, a violência do latifúndio e do estado controlado pela direita será ainda maior.
Nota de apoio e solidariedade do Comitê Central Nacional do PCO aos companheiros da LCP que neste momento estão sofrendo ataques dos latifundiários e do governo Bolsonarohttps://t.co/3BIYFf40NB
— Renato Farac Galata (@rfgalata) October 17, 2021