No dia de hoje (31), dezenas de cidades testemunharão os atos dos explorados contra a ditadura do passado e do presente. Em todo o País, de norte a sul, bem como em várias cidades do exterior, manifestantes sairão às ruas contra o governo Bolsonaro e, sobretudo, contra a ofensiva da extrema-direita sobre o regime político.
A ditadura militar sempre ficou marcada na memória do povo como algo odiado — um período nefasto, do qual o País deveria ter se livrado de uma vez por todas. Mas a realidade não é essa: a ditadura militar foi substituída por um regime supostamente democrático, mas que serve tão somente de fachada para que a burguesia exerça a ditadura de seu programa: o neoliberalismo. Nenhum militar foi punido e seus herdeiros estão hoje incrustados no Estado brasileiro como verdadeiros parasitas sugando o sangue da população.
É por isso que os atos do dia de hoje vão muito mais além que a defesa da história do movimento operário. O que está em jogo não é somente o passado, ou o direito de os trabalhadores denunciarem que esse período foi um pesadelo na história do País. Na medida em que a crise econômica se aprofunda, trazendo consigo uma crise política extraordinária, a marcha dos militares golpistas já começa a ser ouvida, cada vez mais forte, cada vez mais próxima, no período presente.
Neste sentido, é dever de todos os setores democráticos e da esquerda em geral não apenas comparecer aos atos, mas levar para as ruas um programa que dê conta de colocar o atual regime golpista abaixo. Afinal de contas, a denúncia da ditadura não é uma denúncia moral, como faz crer a imprensa capitalista. A denúncia da ditadura militar não é pelo simples fato de ser uma ditadura. Mas sim pelo seu conteúdo: um regime de terror imposto pelo imperialismo para que o seu programa fosse implementado à força.
E é assim que a luta contra a ditadura do passado se une à ditadura dos dias de hoje. A denúncia da truculência da ditadura, bem como seus interesses econômicos e seu patrocínio por parte dos monopólios internacionais e dos governos de países imperialistas, é a denúncia do golpe de Estado que se aprofunda hoje no Brasil. A denúncia de que o improvisado governo Bolsonaro, produzido pelos capitalistas como resultado do golpe, é genocida porque é apoiado pela burguesia de conjunto, que é toda ela genocida. E que, entre entregar o poder para que o povo lhe exproprie e financiar uma ditadura monstruosa, escolherá a segunda opção.
Por isso, é preciso sair às ruas hoje com as seguintes palavras de ordem: Fora Bolsonaro, os militares e todos os golpistas.