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Retrato da miséria no Brasil

Fome: resultado mais degradante da política golpista neoliberal

A política do golpe está levando o País a uma catástrofe social

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Em plena pandemia, apesar das flexibilizações de máscara e volta total do comércio, taxas crescentes de vacinação no país, brasileiros sentem cada dia mais a falta de dinheiro e os preços inflacionados dos alimentos, tendo que literalmente trabalhar pelo pão de cada dia. Sem saber se comerão ou não no próximo dia, romantizado pela nomenclatura de “insegurança alimentar”, trabalhadores seguem se virando, à base de doações da sociedade civil, enfrentando a fome de hoje e do dia seguinte, e seguinte…

O assunto da vez é o fim do Bolsa Família e o que há na próxima página da história de cerca de 36 milhões de brasileiros que não terão mais como se manter fora da linha da miséria ao final de 2022.

A imprensa burguesa não deu nenhum destaque para esse desastre social ocasionado por essa política.

O projeto teve seu fim decretado nesta semana por um projeto de renda que atinge 7 milhões de pessoas a menos, sem estudos técnicos, amostragens e estatísticas, com valor maior para fins eleitoreiros e a pior de todas as novidades, o Renda Brasil acabará em dezembro de 2022.

A cartada final para o projeto de genocídio da classe trabalhadora mais oprimida, jogada mestra do Chicago Boy, Paulo Guedes.

Já foi constatado que as mulheres serão as mais afetadas, 93% do programa Bolsa Família é destinado a elas, chefes de família. Como a pandemia deixou mais da metade dessas trabalhadoras fora do mercado de trabalho e elas são maioria nas ocupações informais, são elas quem mais vão sofrer com as incertezas de um novo programa.

O fim do cadastro único, centro de atuação dos benefícios sociais via aplicativo, abandonando o cadastro único como ferramenta de identificação e inclusão, base para uma atuação integral de combate à pobreza, como oferta de bens e serviços públicos centraliza todo o processo no governo federal, secundarizando a cooperação federativa, desconsidera a atuação do município na execução do programa.

Vocês podem imaginar um morador de rua ter que ter um celular, internet, saber ler para poder acessar os benefícios do governo? 

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O programa Bolsa Família não existe mais, foi extinto pela MP1061, assinada por Bolsonaro em 9 de agosto de 2021. Desde o golpe de 2016 o Brasil vem perdendo suas políticas sociais causando um retrocesso importante entre os anos de 2003 e 2015. Foram reduzidos ou cortados programas essenciais, como o minha casa minha vida, a farmácia popular e a ciência sem fronteiras.

Em seu primeiro ano de mandato, antes da pandemia, Bolsonaro começou essa caça aos benefícios e direitos conquistados a duras penas pela classe trabalhadora, enfraquecendo a CLT e sucateando o mercado de trabalho. 

Em junho de 2021 o desemprego atingiu a marca recorde de 14.8 milhões de pessoas no Brasil. (IBGE 2021)

Inclusive, temos acesso a poucos dados do IBGE, já que teve sua verba de realização cortada em 2021, sendo que já era prazo prorrogado para o censo 2020 que não ocorreu por conta da pandemia.

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Sem os dados do Censo para planejar decisões de alocação de recursos, o governo pode errar o dimensionamento diminuindo dinheiro para municípios que diminuíram (em termos populacionais) e faltando para municípios que aumentaram. 

É uma perda completa de eficiência do Estado, denota ainda mais a completa falta de conhecimento técnico dos ministros e assessores atuais.

As pessoas que perderam o emprego em 2021 certamente não terão acesso ao vergonhoso valor de R$ 400,00 do Renda Brasil, porque uma das condições para receber o auxílio é não ter declarado imposto de renda maior do que 20.000,00 no ano base anterior, 2021 para receberem em 2022. Ano que esses cidadãos tinham renda em seus empregos fixos.

Segundo o ministério da cidadania 40 milhões de brasileiros vivem com até R$ 89,00 por mês. É o pior cenário já visto no país, um país de miseráveis que correm atrás de ossos, pelancas, pés de galinha e cabeça de peixe.

Outras medidas como valorização do salário mínimo, geração de empregos e o apoio à agricultura familiar, política pública voltada para erradicação da fome e regras como 75% de frequência escolar para recebimento do benefício elevaram a auto estima e levaram felicidade a um povo que não conhecia a palavra viver.

O Renda Brasil chega cheio de questões:

Quanto vai custar o novo programa? 

Quais os critérios de inclusão das famílias? 

Quais estudos justificam adotar 9 tipo diferentes de benefícios? 

Quais os impactos esperados com o novo programa?

Não traz um olhar de crescimento, inclusão e preocupação com a classe trabalhadora, é nítido que é um “cala-boca” eleitoreiro para o governo em 2022.

Os 40% mais pobres das metrópoles tiveram uma queda de 33,4% na sua renda mensal em 2021, chegando na média de R$ 237,18 para R$ 155,95, menos que o Haiti e a República do Congo. Para os 10% mais ricos, a queda de rendimentos foi de 6,9%. 

Os mais ricos passaram a ganhar, um média de 39 vezes mais do que os mais pobres. Essa é a maior vantagem em relação à base já verificada em toda a série histórica do país.

O número de bilionários avançou durante a pandemia no Brasil e atingiu nível recorde.

No Brasil, País que tem mais de uma cabeça de boi por habitante, o maior exportador de carnes e alimentos do mundo é ridiculamente “dividido” em 1% dos proprietários de terra são donos de 50% das terras cultiváveis do país.

Pequenos produtores, produção familiar com menos de 10 hectares representam cerca de 47% do total das propriedades do país, mas ocupam menos de 2,3% da área rural total. Essas famílias produzem mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro, já que os latifundiários exportam a maior parte ou no caso da soja e arroz, quase toda sua produção.

Em entrevista com Ana Aparecida, cidadã em situação de rua, que vive embaixo do viaduto Alcântara Machado na cidade de São Paulo, ela comenta o que faz na hora que a fome aparece.

Diário Causa Operária – Qual sua renda por mês?

Ana Aparecida – Minha renda dá R$400,00 por mês, mora só eu e meu marido.

Diário Causa Operária – Você recebe algum benefício do governo?

Ana Aparecida – Recebo 140,00 do Bolsa Família.

Diário Causa Operária – Você já foi no CRAS procurar outros programas de benefícios? 

Ana Aparecida – Sim, mas eu chego lá e nunca tem nada, só meu cad único. Tô precisando de um botijão de gás porque ganhei um fogão, mas não tenho dinheiro, fui lá pra ver se me ajudavam e nunca dá certo. A gente só passa raiva e vergonha. 

Diário Causa Operária – Onde você come quando você não tem dinheiro?

Ana Aparecida – Quando não tenho nada, nem na maloca tem comida a gente come no Restaura ou as pessoas que faz marmita e vem entregar

Diário Causa Operária – A ajuda vem do povo ou do governo?

Ana Aparecida – Quem ajuda melhor é vocês, porque a prefeitura não ajuda nós. Esse prefeito que tá é uma bosta.

Diário Causa Operária – você sente alguma diferença ou sabe me dizer se nesse governo é melhor ou pior do que o que era antes?

Ana Aparecida – o Lula sempre foi bom para gente, ele ajudou bastante, com ele tinha tudo que a gente sempre precisava. Com esse prefeito a gente só falta passar fome, se não for vocês que ajuda, a gente morre de fome! Muito moradores de rua como eu, porque eu também sou, só não passa necessidade porque vocês vêm com o prato de comida quentinha na nossa mão. Vocês são mais “necessitária” do que ele, esse prefeito ele pensa mais de que nós, ele é muito ruim para nós. Eu prefiro sempre o Lula.

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