“Uma Noite em Miami” chega à plataforma de streaming da Amazon Prime nesta sexta-feira, dia 15, o filme mostra amizade entre os ícones negros, Malcolm X, Cassius Clay, Jim Brown e Sam Cooke. O longa estreou no Festival de Veneza 2020 e transformou Regina King na primeira diretora afro-americana a ter realizado este feito em 77 anos do evento. “Regina e eu gostaríamos que as pessoas identificassem sua humanidade. A razão pela qual ele é um herói é porque ele sentia medo e ainda assim enfrentava, não porque ele não sentia medo ”, disse Kingsley Ben-Adir, o ator que interpreta Malcolm X, e lembra também que na época em que foi o lançamento a peça, em 2013, o adolescente negro Trayvon Martin foi assassinado na mesma Flórida.
A obra mostra bem a popularidade de Al Hajj Malik Al-Shabazz, mais conhecido como Malcolm X, entre o povo negro norte-americano, como este fato que mostra a relação atletas e artistas. Um dos defensores da resistência dos negros, fundou a Organização para a Unidade Afro-Americana e foi uma das maiores influências do movimento Black Power. O ativista foi assassinado em Nova York, no dia 21 de fevereiro de 1965, uma traição por membros da organização da qual fez parte. Baseado na peça homônima assinada por Kemp Powers, que assina o roteiro da adaptação, “Uma Noite em Miami” apresenta a conversa entre Malcolm X, Muhammad Ali, Sam Cooke e Jim Brown nos anos 1960, num modesto quarto de motel que aceitava negros, numa Flórida ainda segregada.
No filme, o que os personagens dizem, 50 anos depois continuam por acontecer ainda atualmente, basta ligar no jornal, ou acessar as redes sociais para ver acontecimentos como os assassinatos de George Floyd e Breonna Taylo, entre tantos outros, mostram que as coisas não mudaram. Em Uma Noite Em Miami, um filme simples, mas grandioso em sua proposta, é completamente ligado nos temas que vêm sendo debatidos há anos e que ganharam muita força em 2020. “Aguardo ansiosamente o dia em que este filme vai ser como uma cápsula do tempo e não algo que reflete as coisas que acontecem à nossa volta”, disse Kemp Powers.
“Vou botar minha cabeça em alguma linha solitária da estrada de ferro, tomara que o trem das duas e dezenove acalme minha mente”, Blues da Estrada de Ferro. É triste, mas é um sentimento sentido pelos afro-americanos desde que foram forçados a virem para as Américas e serem escravizados, trabalhando de maneira brutal, sofrendo a mesma violência que vimos na semana passada. Uma violência gratuita e que agora precisa ser parada, o estopim já foi dado, a questão agora é onde isso vai parar, porque agora que começou, o que se espera é que chegue até o fim, sem mais espera e tolerância. Os inimigos do povo precisam ter o que merecem.