A fotógrafa Madalena Schwartz (1921-1993) chegou em São Paulo nos anos 60. Refugiada do nazismo, nasceu na Hungria, chegou ainda criança na Argentina nos anos 30 com a família. Em 1966, ela ingressa como aluna no Foto Cine Clube Bandeirante, grupo que iniciou o modernismo na fotografia brasileira.
Madalena, então, transformou seu apartamento no tradicional edifício Copan no centro de São Paulo em estúdio recebendo os personagens da vida noturna da cidade para fotografá-los. Foi aí que a fotógrafa registrou várias personalidades da vida artística da capital paulista.
Em comemoração ao centenário da fotógrafa, o Instituto Moreira Sales (IMS), que detém o acervo da artista, está organizando, a partir dessa terça-feira, dia 9, a exposição As Metamorfoses.
A maior parte da mostra retrata cenas da capital paulista na segunda metade da década de 70, em plena ditadura militar.
Madalena retrata artistas como o cantor Ney Matogrosso, que começava a fazer fama, e o grupo de teatro e dança vanguardista Dzi Croquettes.
Além disso, entre os 16 mil negativos e 450 fotos coloridas estão retratos do povo, imigrantes nordestinos e nortistas, travestis e transformistas.
A exposição também traz imagens de fotógrafos latino-americanos contemporâneos de Madalena, do Chile, Argentina e Bolívia. Segundo os curadores, a intenção é traçar um panorama artístico da fotografia daquele período.
De todo o acervo do IMS de Madalena, a exposição traz 112 fotografias de Madalena Schwartz e 70 ítens entre periódicos, documentos, filmes e imagens produzidas por outros artistas.
A exposição, que começou no dia 9, é uma opção cultural para quem está em São Paulo ou vai visitar a cidade.