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EUA e Talibã: a volta do “nem nem” da esquerda pró-imperialista

A esquerda que se pauta pela burguesia abandona completamente seus ideias e posições fundamentais

A tomada de Cabul pelo Talibã foi uma grande vitória para todos os povos oprimidos pelo imperialismo no mundo inteiro, mas nem toda a esquerda comemorou. PSOL, PSTU, PCB e praticamente toda a esquerda brasileira, pelo contrário, defenderam a intervenção norte-americana.

Obviamente não encontraremos nenhuma defesa aberta da intervenção norte-americana no Afeganistão, mas na prática é isso que esses partidos defendem quando se colocam na velha posição “nem nem”: nem defensa dos norte-americanos, nem a defesa dos talibãs. Esse tipo de posição é típica da esquerda pequeno-burguesa, sobretudo quando está pressionada a defender uma posição da burguesia, mas sabe que ao defender abertamente pode abrir uma crise com a sua base.

Não por coincidência esses são os mesmos partidos que na época do golpe no Brasil adotaram a mesma posição. Ora diziam ─ como disse Guilherme Boulos ─ que “o governo Dilma é indefensável”, ora defendiam abertamente a operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e os ataque contra Lula e o governo Dilma.

No panorama internacional também não é a primeira manifestação dessa política. Às vezes caem do muro e defendem diretamente a posição do imperialismo, sem ficar nesse “nem nem”. Tanto no Egito como na Ucrânia, ambos países golpeados pela política do imperialismo que colocou no poder regimes fascistas e ditatoriais em nome do combate à corrupção. No caso da Ucrânia o golpe resultou no ascenso de um movimento declaradamente nazista.

Já em casos como a Venezuela, esses partidos apoiam o imperialismo contra os regimes nacionalistas apoiados na população em nomes dos direitos democráticos. Agora o caso do Afeganistão é bem similar. Embora o PSUV e o Talibã tenham ideologias e programas completamente diferentes, tanto no caso venezuelano como no caso afegão trata-se de uma luta contra o imperialismo pelo direito de autodeterminação.

Para defender essas posições em prol do imperialismo esses partidos costumam dizer que ambas as forças em conflitos são iguais. “É tudo a mesma coisa”, “O PT é igual ao PSDB” é o antigo “O Talibã é tão ruim como o imperialismo”.  Uma posição absurda, vimos qual seu resultado na época do golpe contra Dilma. É preciso entender que por mais atrasada que seja a ideologia dos talibãs, são um grupo que luta pela independência nacional dos afegãos, por isso inclusive obtiveram tanto apoio popular, e sua vitória sobre o imperialismo expôs fraquezas que podem ser aproveitadas por todo o movimento anti-imperialista, proletário e revolucionário no mundo inteiro.

As consequências da vitória no Afeganistão para o imperialismo serão similares à queda de Saigon: incentivará levantes populares no mundo inteiro e desestabilizará a política imperialista.

O essencial para entendermos o caso desses partidos é que adotam estas posições porque estão completamente a reboque do imperialismo e são incapazes de se comprometer completamente com as posição da classe operária. Não há espaço para meias posições na luta contra o imperialismo, toda luta pela libertação dos povos deve ser apoiada. Lutamos para o enfraquecimento do imperialismo e devemos fazer frente com aqueles que têm a mesma luta, sem abrir mão das nossas posições comunistas, marxistas e revolucionárias.

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