Desde o primeiro dia útil de 2021, segunda (4), os cobradores de transportes coletivos do estado do Espírito Santo, afastados de suas funções desde abril, foram às respectivas garagens onde trabalham para saírem com os ônibus. Como as empresas não permitiram o retorno, desde esse dia os trabalhadores iniciaram paralisações e manifestações nos transportes.
São nove meses de vigência da Medida Provisória 936/2020, que suspendia os contratos e reduzia os salários, e não garantia o retorno ao trabalho dos 3.500 cobradores. No entanto, ao terminar o prazo de sua validade, em 31 de dezembro de 2020, o governador do Espírito Santo, Renato Casa Grande (do partido golpista PSB) se antecipou à MP e editou uma portaria impedindo a volta dos cobradores ao exercido de suas funções.
Diante da situação, 3.500 pais e mães de famílias ficaram sob o risco de a qualquer momento serem demitidos. O que aumentaria ainda mais o número de desempregados, tanto no Estado, como em todo o País, que hoje, oficialmente ultrapassa 14,2 milhões de brasileiros.
Conforme disse José Carlos Sales Cardoso, Secretário-Geral do Sindirodoviários ao Portal da CNTTL, as manifestações que, até a última sexta-feira (8) completavam quatro dias de greves parciais, mobilizações, fechamentos de vias públicas, etc., devem ser intensificadas.
Até o momento, as paralisações e protestos, que iniciaram na última segunda (4), contaram com a participação dos cobradores de 12 empresas: Viação Serrano, Unimar, Santa Paula, Serra-Mar, Vereda, Praia Sol, Satélite, Metropolitano, Viação Grande Vitória, Viação Nova, Tabuazeiro e Viação Santa Zita, que atendem o transporte urbano coletivo em cinco municípios do Espírito Santo.
Nesta última quinta (7), os rodoviários fecharam o Terminal de Carapina da Serra e na quarta-feira (6) liberaram as catracas de nove terminais localizados nas regiões de Serra, Vila Velha e Cariacica – das 4h30 até 11h. Mais de 30 mil passageiros não pagaram as tarifas (R$3,90), ocasionando um prejuízo em torno de R$117.000 mil reais ao monopólio do transporte coletivo.
A mobilização dos trabalhadores ocorre à revelia das direções sindicais que capitularam diante da MP 936 do governo federal, quer permitiu o rebaixamento salarial e as demissões. O fascista Bolsonaro visava proteger os patrões em detrimento dos trabalhadores, em plena pandemia, o que deu suporte para que as empresas demitissem massivamente uma série de categorias.
Aos motoristas e cobradores, é preciso ampliar a greve e conquistar o apoio da população, que é obrigada a pagar um preço alto nas tarifas. É preciso chamar o povo a lutar pela gratuidade do serviço, com estatização e controle social, dado que o transporte não é mercadoria, mas um serviço público. Tanto quanto denunciar que os capitalistas fazem do serviço, uma forma de lucrarem ainda mais, em detrimento da superlotação, dos riscos da aglomeração na pandemia e da exploração ainda maior dos trabalhadores. Nenhuma demissão dos cobradores dos transportes coletivos do Estado do Espírito Santo!