Uma maldição assola o Rio de Janeiro. Mesmo sem os tucanos de São Paulo, o Estado consegue aglomerar talvez a piore escória golpista: Eduardo Cunha, Rodrigo Maia, Marcelo Bretas e toda uma Lava Jato, a família Bolsonaro, Eduardo Paes, Wilson Witzel, Claudio Castro, Fernando Gabeira, Alessandro Molon e muitos outros. Contudo, para a esquerda, um golpista se destaca como uma das principais ameaças para as próximas eleições: o ex-psolista e atual membro do PSB Marcelo Freixo, pré-candidato ao governo do RJ. O último ganho em seu extenso currículo foi o apoio do tucano Alexandre Frota, que entregou aos cariocas esse presente macabro em pleno natal.
Aqui, vale lembrar rapidamente o currículo do golpista Marcelo Freixo, ele que foi candidato de oposição à Eduardo Paes em 2012, passou a ser o candidato apoiado pela Rede Globo em 2016 contra o bispo Marcelo Crivella, se colocou a favor da Lava Jato apoiando a perseguição ao PT e ao seu aliado no Rio de Janeiro na época, o MDB. Contudo, Freixo foi apenas opositor desse partido quando conveniente para atacar o PT. Em relação a uma de suas políticas mais sórdidas, as Unidades de Polícia Pacificadora, que invadiram dezenas de favelas e assassinaram milhares de pessoas, ele foi um grande entusiasta. Freixo, na realidade pode ser descrito como um amante da polícia, ele se aproxima de um sindicalista da categoria.
Durante os anos de 2018 e 2019, ele se colocou contra a liberdade de Lula alegando que a palavra de ordem de “Lula Livre” não unificaria a luta dos trabalhadores. Em 2020, ele, sendo um dos candidatos de esquerda mais aptos a vencer a eleição, se retirou da disputa, apoiando Eduardo Paes, e ainda impôs um ex comandante da PM como vice da candidata laranja do PSOL, lançada apenas para tirar votos de Benedita da Silva, do PT. Não só isso. como ele defendeu a presença do banqueiro Armínio Fraga no PSOL ameaçando se retirar do partido caso o candidato financiado por Armínio, Wesley Teixeira, sofresse algum tipo de sanção. Não adiantou, o partido seguiu as ordens do valentão e mesmo assim em meio a desmoralização total do PSOL em 2021 Freixo se retirou para o PSB, partido que votou a favor do golpe contra Dilma em 2016.
Em 2021, agora abertamente de direita, Freixo se colocou contra os atos de rua pelo fora Bolsonaro e se tornou um entusiasta ainda maior da polícia chegando a alegar que a PM, que no Rio de Janeiro assassina 5 pessoas por dia, deveria ser um orgulho do povo brasileiro. O direitista recebeu o apoio da boneca do Itaú Marina Silva, além do apoio tácito do próprio Eduardo Paes e agora a declaração de Alexandre Frota já indica a participação do próprio PSDB em todo o esquema. Mas o ponto crucial é que a candidatura de Freixo supostamente seria a candidatura da esquerda no Rio de Janeiro, ou seja, o PT abandonaria o segundo mais importante estado do País apoiando um golpista no primeiro turno!
Freixo segue a tradição do PSOL, e também de Frota, de enfiar pelas costas uma faca em seus “aliados”. Ele fez isso com o próprio PSOL largando o partido mesmo sendo um de seus principais quadros e agora amola a lâmina para as costas do ex presidente Lula. Em troca do apoio ao PSB no Rio de Janeiro, o PT vai receber o mesmo que a presidenta Dilma recebeu em 2016: 29 de 32 votos a favor do golpe, uma diferença que poderia até mesmo ter impedido a vitória do “sim”. Não é possível se enganar nem com o PSB, nem com Freixo, nem com Frota, o troca-troca entre PSOL, PSB e PSDB aponta para uma direção, um novo golpe contra o ex presidente Lula em 2022.