Está em andamento uma perseguição aos camponeses, que lutam por terra, em especial do movimento LCP – Liga dos Camponeses Pobres. O acampamento Tiago Campin dos Santos foi vítima de uma operação por parte do governo de Rondônia: nesta operação, além de despejar centenas de famílias, também tiraram delas seus bens pessoais, além de espoliarem sua produção. O que está em prática, pois, é um movimento criminoso por parte do governo de Rondônia em conluio com o Governo Federal.
Mesmo o ultra-reacionário STF expediu liminar impedindo a continuidade da operação de “desapropriação” – que é como a direita chama a espoliação das terras do povo, que o povo as reivindica e nelas produz, por parte dos latifundiários para gerar renda – contra os camponeses, em razão da brutalidade dos métodos empregados. E, mesmo depois dessa decisão do STF, a operação foi feita e resultou na morte de mais dois membros da LCP.
A operação é absolutamente ilegal, contraditando mesmo o próprio ordenamento jurídico burguês. Isso só prova que, num Estado capitalista, não há lei que se imponha sobre a vontade dos patrões; aliás, ao contrário, elas são feitas sob medida a seus interesses. O nome dessa operação é “Nova Mutum”, contando com mais de 400 jagunços fascistas das forças policiais.
Essas operações, com o intuito de retirar a terra dos camponeses, estão a total serviço das classes dominantes. A vida dos trabalhadores é mero joguete para os lucros e para o interesse privado destes que detém o Capital. A Liga dos Camponeses Pobres (LCP), em parte da nota expedida, analisando, em específico, o movimento criminoso de assassinato por parte da polícia, afirmou:
Os camponeses, como vemos, na sua luta contra a classe dominante, pode, apenas, recorrer à sua própria força e à da classe operária. Para tanto, os camponeses necessitam de comitês de autodefesa: é preciso defender, na marra, suas terras e seus direitos. A direita não dará trégua e, portanto, os camponeses devem garantir suas reivindicações por seus próprios meios. Nesse ponto de vista, é absolutamente necessário, também, defender o armamento de todo o povo como política.
Apenas o armamento dos camponeses, em conjunto com a formação de comitês, podem dar os meios concretos para eles, que são constantemente espoliados, defenderem-se. As decisões do STF não barraram, nem barrarão, a ofensiva dos latifundiários contra suas terras. Não podemos esquecer que o STF está a serviço destes. Os únicos que podem parar os ataques dos latifundiários são os próprios camponeses, organizados e armados, defendendo seus direitos na prática. Apenas assim para a direita recuar. A formação de comitês e o armamento dos camponeses dão a única possibilidade de salvar suas vidas e suas terras. Não é possível ficar nas mãos dos órgãos do Estado.
Vejamos como a direita de conjunto apoia todos esses movimentos. O governador de Rondônia é Marcos José (PSL – RO); o presidente Jair Bolsonaro também apoia essas operações, visto que há a participação da Força Nacional. A imprensa burguesa não dá destaque para os crimes da PM, não os divulgam, não os discutem. São verdadeiros cúmplices nisso tudo. Devem ser amplamente atacados e, ao passo que fazemos isso, devemos gritar em alto e bom som: a luta dos camponeses por terra, por lugar para plantar, para viver é legítima! É direito dos camponeses ocupar tais terras! Os camponeses precisam se armar para se defender dos jagunços do Estado burguês! É preciso o armamento irrestrito de todo o povo!