A privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) já vem sendo anunciada há bastante tempo. Na quinta-feira, 5/8, a Câmara dos Deputados deu o primeiro golpe para a entrega do setor aos capitalistas. Partidos golpistas como PSDB e PDT, que vinham se infiltrando nas manifestações da esquerda, apoiaram esse crime contra os trabalhadores dos Correios e contra todo o povo brasileiro.
É importante ter em conta que os Correios são uma empresa gigantesca, com atuação em todos os milhares de municípios brasileiros. Conta com mais de uma centena de milhar de trabalhadores, que se veem sob risco de demissões em massa com a privatização da empresa.
Diante de várias ameaças de privatização durante a pandemia, os sindicalistas aderiram à fantasia da direita “civilizada” e fecharam as portas em prol do “fique em casa”. Agora os trabalhadores correm o risco de “ficar em casa” mas desempregados e devem pressionar as direções dos sindicatos para que tirem os pijamas e organizem a luta dos ecetistas, que é a sua função no movimento.
E não adianta apenas subir hashtags nas redes sociais é preciso por o bloco na rua. Não há mais tempo a perder, depois de um longo período de relutância e recuos, é preciso enfrentar a privatização com todas as forças que o movimento dos trabalhadores tem. A CUT, a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) e os sindicatos devem discutir, imediatamente, em amplas assembleias com os ecetistas a greve geral da categoria. A resposta dos trabalhadores precisa ser compatível com a violência que representa a privatização, é preciso organizar uma greve por tempo indeterminado, com piquetes e ocupação das unidades dos Correios.
O ato do dia 18/8 deve ter o peso que a situação atual corresponde. São mais de 100 mil famílias com suas condições de vida ameaçadas diretamente enquanto ainda estamos num cenário de pandemia, agravado por intensa inflação, desemprego e fome. Além disso, a privatização vai destruir os importantes serviços prestados pelos Correios, pois para lucrar alto é preciso reduzir o quadro de trabalhadores ao mínimo, intensificando a exploração no trabalho e sucateando os serviços ao mesmo tempo em que sobem as taxas.
Não à privatização! Pela imediata ocupação das unidades dos Correios!