Com o aumento da mobilização e o anúncio do quinto dia de manifestações pelo Fora Bolsonaro, está cada vez mais patente a necessidade de se discutir a paralisação geral dos trabalhadores contra o regime golpista.
O importante anúncio por parte da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no qual convoca um dia nacional de paralisação e mobilização dos servidores públicos, para este dia 18, é o início de uma nova etapa nas manifestações, com a presença em bloco das principais categorias organizadas do país defendendo suas revindicações e unindo-se com a mobilização contra o regime golpista. Esta manifestação coloca na ordem do dia a discussão sobre a necessidade de se convocar uma greve geral, paralisando todas as categorias e servindo como base para uma amplificação da luta contra Bolsonaro.
A greve geral deve ser vista não como uma muleta, assim como enxergam algumas organizações da esquerda, que na falta de uma política real de mobilização, levantam o problema da greve geral sem mesmo analisar qualquer base material que possibilite realizá-la. Hoje, a população brasileira encontra-se cada vez mais radicalizada, e as manifestações que passaram por cima da política paralisante das direções demonstram claramente este problema.
Ao mesmo tempo em que isso ocorre, ataques como a reforma administrativa, que golpeia diretamente mais de 13 milhões de trabalhadores, o aumento do desemprego que chega a 15% oficialmente e a privatização das principais empresas do país, como a Eletrobras e os Correios, impõem a necessidade dos sindicatos mobilizarem suas categorias de maneira unificada contra o regime golpista. Sendo assim, a partir da mobilização nacional dos servidores públicos neste dia 18, é preciso começar a preparar a realização de um dia nacional de paralisação de todas as categorias.
Este dia nacional de paralisação serve como uma demarcação da posição dos trabalhadores frente ao governo Bolsonaro, e como um preparativo para a realização de uma verdadeira greve geral. Ao contrário do que foi visto em anos anteriores, uma verdadeira greve geral consiste na paralisação por tempo indeterminado dos trabalhadores, que neste caso poderia facilmente ser responsável pela derrubada do regime político.
Por isso, esta importante arma dos trabalhadores precisa ser muito bem preparada, e um dia nacional de paralisação geral contra o governo é o primeiro passo desta mobilização. Realizar esta paralisação geral tem como tarefa também fazer com que as mobilizações se unifiquem com a classe operária, tendo um claro caráter de esquerda e barrando a infiltração direitista permitida por aquelas organizações que defendem a frente ampla no interior do movimento. Uma paralisação geral será a base de um movimento cada vez mais radicalizado e definido pela mobilização dos trabalhadores.
Chegou o momento, a CUT deve tomar a frente e mobilizar suas categorias, dando um fundamental passo na derrubada do regime golpista.