Neste dia 10, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo tornou-se novamente palco de um importante momento de reviravolta política nacional. Com Lula à frente de um evento que reuniu dirigentes de de alguns dos principais partidos da esquerda brasileira (como PT, PCO, PCdoB e PSOL), o ex-presidente declarou luta contra o golpe e o governo Bolsonaro.
Lula, que foi a principal alvo da política de perseguição, de cassação dos direitos politico e da ditadura que o golpe de Estado impôs contra a população.
Com a retomada de seus direitos, os números já passaram a refletir diretamente a grande tendência a mobilização em toda população. Mesmo fraudadas, as pesquisas já indicam Lula como grande favorito nas eleições de 2022, desbancando todos os golpistas, inclusive o fascista Jair Bolsonaro.
A população vê em Lula uma representação sua e um impulso para a necessária mobilização contra o colapso instalado no País pelo regime golpista, a degradação sem igual nas suas condições de vida e o genocídio em curso com a pandemia.
A radicalização ocorre enquanto o país passa por uma enorme crise econômica e social. Com a maior média de mortes diárias do mundo, o país é hoje o que mais sofre pela pandemia em todo planeta.
Contrários a Lula e frente a impopularidade de Bolsonaro, os golpistas buscam a todo custo emplacar um candidato do “centrão”, para controlar o regime político. Assim, em meio a pandemia, o fator “combate ao vírus” tornou-se o eixo central de toda a demagogia golpista.
Doria, tornou-se da noite para o dia, de assassino do povo para “homem da vacina”. Em uma campanha de enorme demagogia, Doria apresentou-se como possível candidato a presidência junto a um suposto início da vacinação no País.
Porém, o tempo se passou, e a política de Doria se mostrou uma verdadeira farsa, enganando a população e permitindo o genocídio de milhares de pessoas em todo o último período.
Neste cenário Lula aparece ainda mais como a alternativa natural para todos os trabalhadores e suas organizações. Lula atrai em torno de sua candidatura todos os setores oprimidos que, devido a sua grande radicalização, fazem dele um importante fator de mobilização.
Contudo, a devolução dos direitos políticos ao ex-presidente não diminui esta polarização. Em primeiro lugar, é preciso destacar que a burguesia fará de tudo para impedir que Lula saia como candidato nas eleições de 2022. Colocar Lula nas eleições, não só fará a burguesia ter que apoiar novamente Bolsonaro, como também explodir a polarização no país em meio a uma grande crise política.
Dessa maneira, os direitos de Lula não apenas não estão garantidos, como na realidade, a própria Procuradoria Geral da República (PGR), já entrou com um novo pedido contra Lula, que fará o STF discutir novamente o caso. Nada garante que Lula não possa perder seus direitos políticos novamente, o que coloca em jogo a total necessidade da mobilização popular.
Ou seja, o momento político impõe a necessidade de toda a esquerda se unir, em uma frente de luta, em torno da candidatura do ex-presidente Lula. É importante, além disso, pontuar que Lula nas eleições não reflete meramente um cálculo eleitoral, ou seja, Lula não pode simplesmente “transferir” o voto para outro candidato, como dito pela esquerda pequeno-burguesa em 2018.
O fator Lula nas eleições está diretamente ligado a mobilização em torno daquele que é a figura mais popular de todo país.
A decisão do STF já demonstrou o caráter totalmente político da justiça burguesa. Ao passo que todas as provas cabais que a operação Lava Jato na realidade foi uma grande fraude, a crise em torno dos processos golpistas apenas se aprofundou. A perseguição política contra Lula ainda tentou ser disfarçada, quando o SFT anulou os processos com uma base técnica, permitindo que a justiça pudesse ainda continuar utilizando toda as armações contra Lula.
Para salvar a Lava Jato, foram anulado duas das sentenças dos oito processos feitos contra Lula. Fica revelado, que a perseguição política está na realidade muito longe de terminar.
Contra Lula existe um poder arbitrário. O STF foi responsável de definir o resultado das eleições de 2018, e agora pode ser novamente responsável por fraudar as eleições de 2022.
Dessa maneira, a necessidade de não só manter, como também fazer crescer a mobilização em torno do ex-presidente torna-se extremamente fundamental.
O momento impõe: Lula ou nada!