Na preparação da política genocida de volta às aulas num momento em que a pandemia do coronavírus está crescendo, o governador fascista de São Paulo, João Doria (PSDB), emitiu termo de responsabilidade para as famílias dos estudantes da rede estadual de ensino, eximindo-se totalmente da responsabilidade caso crianças e adolescentes se contaminem e morram de coronavírus nas escolas.
Entre as condições para o retorno presencial às aulas, Doria quer que os pais tem concordem, entre outros, com o seguinte:
“…em caso de contaminação com a covid-19, me responsabilizarei inteiramente com os cuidados necessários, uma vez que o vírus circula em todos os locais e não somente na escola”.
Ou seja, o governador científico de São Paulo, propagado como o homem da vacina pela imprensa burguesa, está colocando em risco a vida de milhões de estudantes e seus familiares, com um retorno às aulas que tem como único objetivo aplicar o interesse dos capitalistas “morra quem morrer”.
Isso tudo para apoiar uma política que tem como base material a perda de dinheiro por parte de um amplo setor capitalista. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a paralisação da Educação no mundo todo, resultou em perdas equivalentes a 1,5% do PIB mundial. Logo, apesar de não ser um setor industrial, a Educação dá uma contribuição significativa para a economia mundial, pois também movimenta outros setores, como o caso dos transportes, por exemplo.
De certa maneira, o governador tucano de São Paulo está fazendo uma confissão de que as escolas favorecem o contágio e que a volta às aulas seria pela conta e risco individual dos estudantes e de seus responsáveis. É uma forma criminosa de fugir da responsabilidade do Estado neste momento crítico da pandemia.
Neste sentido, a campanha pela volta às aulas tem como mensagem implícita um pedido para que a população acredite que estes mesmos governantes, que não fizeram nada diante da pandemia, que esses criminosos, como Bolsonaro e Doria, que não deram à população as condições de combater a pandemia, sabe-se lá por qual motivo preparariam as escolas para enfrentar o coronavírus. É uma tentativa de domesticar dezenas de milhões de professores, estudantes, funcionários e pais – que sofrerão as consequências desta política – através da crença nos governantes.
Doria acaba revelando também que o rótulo de “governador científico” que ele e a imprensa burguesa lhe atribuem não passa de uma propaganda mentirosa e reacionária. Qualquer governante preocupado com o povo deveria fechar as escolas neste momento. O caso do Amazonas é a prova do que ocorre quando se permite a aglomeração de professores, funcionários e estudantes em espaços como as salas de aula, sobretudo nas escolas públicas, que são verdadeiros depósitos de alunos.
No entanto, o mesmo governo que faz das escolas um ambiente de total abandono e destruição, causada pela política neoliberal de privatização e liquidação do patrimônio público e dos direitos sociais, quer enviar milhões de estudantes para se aglomerar neste ambiente. Isso num momento em que o País possui mais de 225 mil mortos, sendo mais de 53 mil só no estado de São Paulo!
Doria não fez nada para combater a pandemia, a não ser demagogia com o isolamento social e a vacina e o aumento da repressão estatal. É preciso lembrar que os metrôs de São Paulo, maiores espaços de aglomeração do país, mantiveram-se funcionando a todo o momento durante a pandemia. Se há outros lugares que também favorecem o contágio, um governante minimamente preocupado com a população deveria fechá-los também. Mas aqui é o contrário: já que no trabalho há contágio, Doria vai liberar tudo, dado que a burguesia não aceita fechar as fábricas e a direita não vai se colocar contra os patrões.
Ao afirmar abertamente, através do termo de responsabilidade, que as crianças poderão pegar o coronavírus em qualquer lugar, Doria mostra, mais uma vez, seu cretinismo total e seu compromisso com uma política genocida, que como visto no Amazonas e em outros países, resultará inevitavelmente na morte de estudantes, professores, funcionários e pais.