Nesta semana, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, anunciou que está para abrir uma chamada para selecionar escolas com o objetivo de torna-las parte do modelo “cívico-militar” impulsionado pelo fascista Jair Bolsonaro.
Ainda em 2020, João Dória (PSDB) já havia anunciado a adesão ao programa, no entanto, por fazer fora do prazo dado pelo edital do Ministério da Educação, fez com que o estado se mantivesse até então, fora dos planos de militarização nacional.
O projeto defendido pelos militares, apoiadores do golpe de 64 e pelo governo do fascista Jair Bolsonaro, prevê a militarização total das escolas. Assim, com a presença de uma equipe de militares da reserva na administração escolar, os estudantes precisam seguir as normas impostas pelos militares, desde o fato de usarem fardas até na proibição da organização política, por meio de entidades como o grêmio estudantil.
O controle curricular e o conteúdo ensinado pelos professores também é vítima de inspeção dos militares. Por meio de um verdadeiro aparato ditatorial, com censura e restrições na atividade dos estudantes, o projeto apoiado pelo governador de São Paulo, João Dória, é o que há de mais fascista na educação brasileira.
A intenção, junto ao antigo projeto da escola sem partido (escola com fascismo), é controlar e destruir a atividade política da juventude. As escolas e as universidades são, sobretudo no Brasil, um dos principais pontos de encontro e troca de experiências que há na sociedade. Para a juventude, a principal maneira de se organizar politicamente, sendo um dos principais focos de mobilização social que existem no país.
Dessa maneira, a burguesia visa implementar as escolas militares e aprofundar a ditadura em todo país. Desde o início do governo Bolsonaro, esta política, impulsionada pelos setores mais fascistas do regime político, tornou-se uma marca de governos como Ibaneis (Distrito Federal), Wilson Witzel (Rio de Janeiro) e agora do fascista João Dória, principal nome tucano à nível nacional.
Anteriormente, o governo Dória buscava se desassociar desta política altamente impopular. Quando militares realizaram na baixada santista pesquisas junto as escolas a respeito do desejo da militarização do ensino, Dória declarou não ter envolvimento com a ação. Contudo, o “humanitário”, “científico” e “aliado da população” João Dória, decidiu não mais esconder sua política fascista para com a juventude, e aprovar de maneira acabada a militarização das escolas.
Vale lembrar que João Dória é justamente colocado como o homem de “oposição” ao governo Bolsonaro dentro da direita. Supostamente, o mesmo faria parte uma direita “civilizada” e defensora da democracia. No entanto, como toda a burguesia golpista, não há uma única parcela de sua política real que não esteja estritamente ligada ao bolsonarismo, e ao fascismo.
O que Dória quer fazer com o principal polo de mobilização do movimento estudantil no Brasil não tem precedentes históricos, a não ser na própria ditadura militar. Dessa maneira, como não bastasse o completo genocídio impulsionado pelo governador que deseja reabrir todo o ensino em plena nova onda da pandemia, os alunos agora serão obrigados a estudar em uma verdadeira ditadura, sem direito democrático algum e seguindo diretamente o controle do principal setor da burguesia brasileira, representado por Dória, verdadeiros lacaios do imperialismo.
A esquerda ao ver Dória como um possível aliado na luta contra o fascismo, na realidade apenas impulsiona a própria campanha fascista. João Dória é colocado pela burguesia como um homem líder da politica de frente ampla na direita, responsável por “defender” a população em uma grande unidade “democrática”. No entanto, o tucano é o que há de pior na política nacional, inclusive, um dos grandes responsáveis pelo golpe de Estado e pela eleição de Jair Bolsonaro, com o seu famoso slogan “BolsoDória” estampado nas últimas eleições nacionais.
A política de frente-ampla mostra-se mais uma vez uma política de suicídio político da esquerda pequeno-burguesa, uma profunda derrota para os trabalhadores e para a juventude, quando por outro lado não apenas fortalece o principal setor da burguesia brasileira e o imperialismo, como também a política fascista e ditatorial que comanda o país. Apoiar um fascista como Dória, é levar toda a população para uma profunda ditadura.
Enquanto a imprensa burguesa tenta levantar o problema da vacina, como uma grande conquista de Dória, o que na realidade o governo de São Paulo promove é um genocídio, com a volta às aulas, e uma ditadura fascista com as escolas militares.
Para a juventude e suas organizações estudantis, a implementação das escolas militares representará uma profunda derrota para todo o movimento da juventude. A juventude e suas organizações, precisam agir imediatamente uma intensa campanha não apenas contra a volta às aulas, como também contra a ditadura nas escolas. Nesse sentido, a Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), coletivo de juventude do PCO, busca organizar toda a juventude por meio dos comitês de luta estudantis, que, por fora da burocracia do movimento estudantil, organiza um verdadeiro movimento de mobilização política, com greves, atos e intensa campanha nas escolas e universidades, demonstrando na prática o caminho a ser seguido.