A crise na Petrobras com a troca de comando do entreguista, aliado direto do imperialismo, Roberto Castelo Branco, indicado também por Bolsonaro após as eleições de 2018, pelo general Joaquim Silva e Luna, atual diretor da Itaipu Binacional e ex-ministro de Michel Temer, como novo presidente da Petrobras fez a crise entre a direita aumentar a temperatura e esclarecer ainda mais o que os verdadeiros comunistas da luta contra o golpe sempre disseram. A substituição do banqueiro por um general, pode enfraquecer a política privatista.
A troca no comando da Petrobras reflete a luta internacional do imperialismo, que teve na eleição americana entre Biden e Trump, um capítulo importante do embate. No caso dos EUA, com o imperialismo se vendo obrigado a retirar ao menos momentaneamente suas cartas da extrema direita e guardá-la novamente, para um outro momento.
A crise brasileira com o preço dos combustíveis explodindo, com a gasolina chegando em muitos postos a R$6,00 o litro, fez Bolsonaro dar uma resposta dentro da sua política de tentar sua reeleição (procurando dar uma resposta a sua base eleitoral) e atacar e denunciar o ex presidente da Petrobras como o único responsável pelo preço dos combustíveis em alta. Essa saída de Bolsonaro colocando outro militar à frente da estatal, irritou toda a outra ala golpista do país, representada pelo setor mais pró imperialista, o PSDB e assim o governador de São Paulo, o também fascista João Doria (PSDB), criticou abertamente a indicação de Joaquim Silva e Luna como novo presidente para a Petrobras, enfatizando que trata-se de “um intervencionismo desnecessário e condenável na Petrobras”.
Segundo Doria, Bolsonaro se elegeu com discurso liberal e não intervencionista, reforçando que essa era também a postura do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Mas foi só discurso. Na prática, o que ele [Bolsonaro] está fazendo são intervenções sucessivas na economia, no mercado e na principal estatal brasileira, que é a Petrobras”.
O governador paulista, em entrevista, acrescentou que a reação do mercado foi rápida, refletindo-se na queda das ações da estatal no Brasil e no exterior. Só na sexta-feira, a Petrobras perdeu R$ 28,2 bilhões em valor de mercado, um dia após o presidente se queixar do reajuste de combustíveis anunciado pela empresa e afirmar que “alguma coisa vai acontecer na Petrobras.” E no embate, dos de cima, Doria, seguindo FHC, colocou que: “Queda na credibilidade ainda maior do Brasil, porque diz respeito ao princípio básico que é seguir o mercado. Que as empresas cotadas em mercado sigam regras de mercado, e não regras populistas ou regras de interesse eleitoral ou de ordem política. Lamento muito que o presidente Bolsonaro mais uma vez tenha confrontado o discurso que o elegeu com a prática que ele se mantém no poder”.
O PSDB há alguns meses é paquerado por setores da esquerda pequeno burguesa dentro de conchavos para a política de frente ampla, que cada vez mais se mostra traidora dos interesses das amplas massas brasileiras. O partido é um dos principais Partidos do golpe de Estado no Brasil, afinal o ascenso golpista se iniciou tendo a candidatura de Aécio Neves contra Dilma Rousseff e logo após a sua derrota se apresentando claramente como um dos principais setores interessados no impeachment de Dilma. E tinha no golpe de 2016, como uma de suas principais bandeiras mudar a política de preços da Petrobras e privatizá-la aos pedaços. Assim, neste momento o PSDB se levanta contra a demissão do entreguista imperialista Roberto Castello Branco, que vinha impondo preços abusivos na gasolina, no diesel e no gás de cozinha justamente no momento em que a crise sanitária com a Pandemia só cresce e afunda o país em miséria.
Na briga da direita golpista, foi a vez do PSDB, chamar Jair Bolsonaro de comunista diante da demissão de um homem de confiança do imperialismo à frente da direção da Petrobras. Representante direto do capital financeiro, onde o PSDB faz questão de propagandear em suas redes sociais que o placar de privatizações no país está 63 x 0 para o PSDB, que teve na presidência de Fernando Henrique Cardoso o maior traidor e Robin Hood, ao contrário, da dilapidação das riquezas nacionais.
Nas redes sociais, os tucanos fizeram questão de mostrar uma foto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de Jair Bolsonaro se vangloriando pelo partido ter privatizado bem mais em sua gestão. Junto à foto, uma legenda: “quem é o comunista e quem é o liberal?”.
É o momento de retomar a mobilização dos trabalhadores em todo o País pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas! Nenhuma conciliação com a direita, a luta da esquerda não pode ser simplesmente contra Bolsonaro, mas como estamos vendo contra toda a direita de conjunto, contra todos os golpistas, do PSDB ao STF, passando por Bolsonaro, os militares e seus órgãos de imprensa, e o conjunto da classe capitalista, nada de alianças com os inimigos do povo, a única saída é a mobilização e a retomada da polarização com a defesa nas ruas de Lula candidato, Lula presidente!