Um jogo de aparências

Doria e Bolsonaro, as duas caras do fascismo

Para a esquerda é necessário apresentar uma saída para os trabalhadores, e esta saída está nas ruas. É preciso no dia 7 mobilizar a população

Os ocorridos envolvendo o ato do dia 7 de setembro em São Paulo levantaram mais uma vez a discussão em torno do pré-candidato da terceira-via, João Doria. O mesmo decidiu nesta última semana por proibir que a esquerda saísse nas ruas, provando novamente que quando se trata de reprimir a população, ele sempre está do lado da extrema direita.

O governador de São Paulo, em primeiro lugar, decidiu entregar a Avenida Paulista para a extrema direita bolsonarista. O local já estava sendo anunciado como ponto da manifestação popular desde o dia 30 de julho, quando a data foi divulgada pela primeira vez após a reunião da Frente Fora Bolsonaro. Além disso, a Avenida Paulista é o local tradicional de mobilização dos trabalhadores, onde sobretudo o chamado “grito dos excluídos”, tradicional ato que ocorre no dia 7 de setembro, é realizado há anos.

No entanto, Doria decidiu intervir e proibir que a esquerda se manifestasse no principal ponto de São Paulo, dando espaço para a mobilização fascista. Como se não bastasse, Doria agiu rapidamente e decidiu, após o anúncio de que a manifestação ocorreria no Vale do Anhangabaú, proibir que os trabalhadores saíssem às ruas, agora não mais apenas na Avenida Paulista, como em todo estado de São Paulo.

Esta ação ditatorial veio com a finalidade de esmagar pela força a manifestação da esquerda e representa uma maior conciliação entre os setores ditos “democráticos” do golpe, como Doria, com a extrema direita bolsonarista.

Por mais que se coloque como um candidato oposto a Jair Bolsonaro, Doria na realidade é o principal defensor de toda a política de ataques aos trabalhadores protagonizada pelo governo. Doria e seu partido, o PSDB, foram linha de frente no quesito privatização, entregando inclusive em maior quantidade uma série de empresas estatais. Outro ponto em comum entre Doria e a política bolsonarista é sua política em torno do problema da pandemia.

Doria faz sua campanha em torno da vacinação, no entanto o mesmo é uma das principais lideranças do movimento de reabertura total da economia, assim como o primeiro a reabrir as escolas no país. O genocídio de Doria fez com que São Paulo se tornasse rapidamente o epicentro da pandemia, sendo até hoje um dos principais responsáveis pelo alto número de mortes diários.

Além disso, o crescimento da mobilização fascista está, como não poderia ser diferente, ligada diretamente à política de Doria e o setor da burguesia que ele representa. As ações levadas à frente pelo STF e a campanha de pressão ao governo Bolsonaro, resultaram rapidamente em uma resposta do fascista como também de toda sua base. Doria colocou todo aparato policial em ebulição, levando a uma grande mobilização fascista dos principais aparatos de repressão do país, que se juntaram nas ruas a Bolsonaro. O STF e Doria, deram munição aos bolsonaristas e agora eles estarão nas ruas.

A esquerda ao se colocar a reboque deste setor “democrático” do golpe é levada diretamente à derrota para extrema direita. Doria não apenas não é capaz de combater os fascistas, como também quer da mesma maneira que Bolsonaro aprofundar o estado ditatorial no país. Doria quer atacar os direitos democráticos de maneira “civilizada”, Bolsonaro quer resolver na bala, a diferença não está no conteúdo, mas sim, apenas nas aparências.

Para a esquerda é necessário apresentar uma saída para os trabalhadores, e esta saída está nas ruas. É preciso no dia 7 mobilizar a população, sobretudo a classe operária e lutar nas ruas contra o fascismo.

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