Uma pesquisa realizada pela empresa de monitoramento Hibou sobre o dia da mulher, revela uma série de impactos do isolamento social na vida das mulheres brasileiras.
O principal deles é o aumento de jornadas, cerca de 79% das mulheres entrevistadas revelam que suas jornadas de trabalho aumentaram muito, tanto no ambiente do trabalho quanto no familiar entre 2020 e 2021. A sobrecarga se refere ao trabalho remunerado, cuidados e educação dos filhos, tarefas domésticas e outras demandas surgidas no período.
Das entrevistadas, 69% afirmam que a maior dificuldade é o aumento da quantidade de trabalho, que acaba recaindo exclusivamente sobre elas. A insônia tem sido um dos efeitos dessas jornadas exaustivas, atingindo 41% das mulheres.
Ligia Mello, sócia da Hibou, afirma ainda que 9% das mulheres pediram demissão ou afastamento do trabalho devido à pressão.
Os dados levantados pela pesquisa não apontam uma situação isolada ou pontual, mas a realidade da maior parte das mulheres no país. A situação é o resultado de uma política de completo abandono social e econômico da população no momento da crise da pandemia.
O resultado claramente é esse, todo o ônus recaí nos ombros da parcela mais vulnerável da população, estando as mulheres em destaque nesse grupo, a opressão sobre elas se torna escancarada.
Não é à toa que parte delas atua no momento no trabalho informal e com rendimentos precários, são maioria absoluta entre os desempregados. São sobrecarregadas, seja no trabalho presencial ou virtual, com a responsabilidade dos cuidados domésticos e a criação dos filhos, além de estarem em destaque como as maiores vítimas de violência doméstica como poucas vezes visto antes.
Como o governo golpista de Bolsonaro se eximiu totalmente de assegurar direitos ou promover qualquer seguridade para as mulheres, pelo contrário, viola constantemente qualquer possibilidade de emancipação, a tendência de que as mulheres brasileiras vivam como meras escravas do lar, seres totalmente destituídos de direitos e humanidade, é uma realidade que se aproxima cada vez mais.
A expectativa da extrema direita é que toda essa opressão se aprofunde, que elas desistam de uma vez por todas de seus direitos básicos como direito ao trabalho, caso trabalhem seja no regime de maior exploração possível e assumam sem reclamações todos os custos do trabalho reprodutivo e doméstico.
Devido ao constante movimento da luta de classes tais pretensões dificilmente acontecerão sem protestos ou movimentação das mulheres. E preciso, porém, para que a resposta seja forte que ela seja altamente organizada em um amplo movimento por meio de uma luta real nas ruas pelas direitos da mulheres e contra a opressão dos golpistas, pelo fora Bolsonaro.