Desde o começo da pandemia no começo do ano passado (2020), os estados do norte tem estado entre os locais mais afetados nos mais diversos aspectos, o que se deve fundamentalmente a situação da região que mesmo sem pandemia é bastante castigada pela política direitista de ataque à população que vive em sua maioria em condições precárias e rodeada por todas as mazelas sociais causadas pela burguesia, desde falta de atendimento médico até fome, problemas que são cada vez mais intensificados na pandemia.
O caso de Manaus especificamente chama bastante atenção, o sistema de saúde amazonense foi o primeiro a colapsar durante a primeira onda de infecções por corona vírus e desde então a situação não tem melhorado, Manaus passou a ser associada como o retrato do país em meio à pandemia com as imagens de covas e carros frigoríficos com corpos, sendo a face mais crua de como problema se expressa. No Amazonas até agora já são mais de cinco mil mortes por corona vírus, nas ultimas semanas o estado tem registrado mais de 2.000 novos casos por dia e só Manaus concentra mais de 56% do número de infectados.
O problema no entanto não pode ser encarado abstratamente e muito menos ser limitado a um vírus. O problema da pandemia é um problema sobretudo político uma vez que os resultados que se apresentam são consequência direita da política adotada para o combate da pandemia, que no caso de Manaus e do país como um todo foi uma política de total descaso com a população e total concentração dos esforços em resolver os problemas da burguesia em meio a crise capitalista que se intensificou com a pandemia.
Mesmo com todo o desastre comprovado das medidas adotadas mesmo com a chamada segunda onda de corona vírus que fez novamente os números de contágio e mortes elevarem ainda mais, a resposta do governo burguês para o problema continua sendo a mesma: largar o povo a própria sorte para ser exterminado pela pandemia. As “grandes” medidas adotas pela burguesia até o momento se limitaram ao fornecimento muito precário do auxílio emergencial que iniciou com o valor mísero de R$600 reais e foi reduzido para um valor ainda mais miserável de R$300 e a campanha repressiva do “fique em casa”.
Estas medidas além de vergonhosas não servem para combater o vírus e proteger a população, o mais perto que se chegou disso foram as aberturas de hospitais de campanha que também não foram feitos para resolver o problema definitivamente e ao qual o prefeito direitista da cidade de Manaus mesmo com o aumento cada vez maior de casos já declarou que não seriam abertos novas unidades destes hospitais de campanha. Muito longe de combater a pandemia a burguesia se aproveitou dela para atacar os trabalhadores, desde multas por não uso de máscara até redução de salários e explosão de desemprego, isto ao mesmo tempo em que trilhões de reais foram e estão sendo destinados aos bancos enquanto a classe trabalhadora é exterminada pelo vírus com mais de duzentas mil mortes.
Mesmo que haja uma forte propaganda na imprensa burguesa no sentido de culpar a população pela situação e de enganar o povo para fazer parecer que algo está sendo feito com medidas irrisórias e até mesmo repressivas como fizeram com o fique em casa e agora fazem com a vacina, o que fica evidente é que toda a culpa dos resultados da pandemia é na verdade da própria burguesia e nada é feito efetivamente sequer para conter a situação.
O caso de Manaus é reflexo disto, onde desde o início da pandemia a população morre aos montes, é enterrada em valas e não há atendimento médico, quando tem é extremamente precário, sem equipamentos, sem materiais, sem UTIs, sem respiradores, sem oxigênio quando tem respiradores, etc. Tudo isto não por acaso ou por falta de recursos e condições, mas sim por conta da política neoliberal da direita de tirar tudo do povo para dar à burguesia, política esta que já é adotada desde muito antes da pandemia.
A situação da pandemia não será resolvida por estes elementos que usurpam os trabalhadores, para barrar este verdadeiro genocídio que está sendo processado no país é preciso chamar a classe trabalhadora em torno de seus interesses e necessidades fundamentais em uma mobilização dos próprios trabalhadores, longe de qualquer tipo de aliança com qualquer setor da burguesia, sem frente ampla com os golpistas e inimigos do povo, contra a própria burguesia, por Fora Bolsonaro e todos os golpistas e Lula candidato em 2022.