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Criminosos

Mortes de trabalhadores que não podem ficar em casa aumentam 60%

Tendo São Paulo o maior estado e município do País como epicentro, o Brasil está colocando os trabalhadores presenciais como as maiores vítimas do Covid-19

Tomando-se como base São Paulo, o Estado mais populoso e mais rico do país, o número de mortes entre os trabalhadores que necessitam sair todos os dias para trabalhar aumentaram em 60%.

Conforme dados levantados pela Lagom Data, com base em informações do Ministério da Economia, frentistas de posto de gasolina, por exemplo, tiveram um salto de 68% na comparação das mortes entre janeiro e fevereiro de 2020. Operadores de caixa de supermercado perderam 67% mais colegas no mesmo período. Motoristas de ônibus tiveram 62% mais mortes. Entre os vigilantes, que incluem os profissionais terceirizados que monitoram a temperatura de quem entra em shoppings centers, houve 59% de mortes a mais.

Situação de calamidade

Apesar da confiabilidade dos números poderem ser contestados, uma vez que a manobra do governo é de manipular os dados, principalmente em relação aos trabalhadores, as conclusões da análise do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, (o Novo Caged), ligado ao Ministério da Economia, cujo ministro é o neoliberal, golpista e banqueiro Paulo Guedes, os números mostram o tamanho da tragédia vivida pelos trabalhadores presenciais.

Uma das manobras é que o sistema coleta, mês a mês, informações sobre contratos formais de emprego, inclusive o motivo de encerramentos. Morte é um deles, embora não seja informada a causa. Por isso, não é possível saber se todo o contingente de óbitos se deve apenas à covid-19, portanto, mesmo com essa precisão é necessário adaptar o conceito de “excesso de mortes” com base neste banco de dados.

Em tempos de pandemias, os epidemiologistas costumam usar o conceito de “excesso de mortes” para tentar avaliar o impacto da doença sobre a vida da população. Mesmo que uma pessoa não morra diretamente da enfermidade da vez, ela pode morrer por outras complicações decorrentes de sua existência, como a falta de vagas no hospital num caso de urgência. Então, o procedimento normalmente usado é calcular a média de mortes esperada para um dado período e comparar esse dado ao total de mortes registradas por quaisquer causas na pandemia.

Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Brasil teve mais de 275.500 mortes por causas naturais a mais que o esperado para o país em 2020, um excesso de óbitos de 22%. O que a análise dos dados do Caged sinaliza ―de maneira inédita― é o custo da covid-19 para os trabalhadores de atividades consideradas essenciais. O levantamento mostra taxas de excesso de mortes bem superiores à média da população. São números fortes, principalmente considerando que o cadastro do Ministério do Trabalho só capta dados do mercado formal. Ou seja, não estão contabilizadas aqui as mortes de autônomos e microempresários individuais. (El País – 05/04/2021)

O pesquisador Yuri Lima, do Laboratório do Futuro da Coppe/Universidade Federal do Rio de Janeiro, divulgou no início da pandemia um estudo mapeando o risco das variadas atividades profissionais. Segundo a primeira avaliação, trabalhadores do comércio tinham 53% a mais de risco de contágio, os da saúde 50% e os professores até 70% caso nenhuma medida fosse tomada, com portas abertas e aulas presenciais.

Em todo o Brasil, As escolas particulares retornaram às aulas presenciais. No início da pandemia do coronavírus, as aulas foram de forma remota e, depois de julho, muitas delas voltaram a funcionar presencialmente. Por essa atitude criminosa, houve 137 mortes no primeiro semestre e 178 no segundo. Nesse ano, somente nos meses de janeiro e fevereiro, 84 professores do ensino fundamental foram mortos, contra 42 no mesmo período do ano passado, um aumento de 100%.

Doria o Científico?

1 – Professores

Em monitoramento realizado por 26 professores ligados às subsedes do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e analisado pelo grupo Rede Escola Pública e Universidade (Repu). E analisado por pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo (IFSP), onde 100 mil habitantes em 554 escolas da rede estadual paulista e analisaram os números das 299 unidades escolares que forneceram dados das semanas de sete de fevereiro e seis de março de 2021, período em que as escolas retomaram as aulas presenciais, a incidência de novos casos de Covid-19 dentre os professores de 25 a 59 anos cresceu 138% em comparação a um crescimento de 81% na população da mesma faixa etária no estado de São Paulo. (G1 – 14/04/2021)

A evidência da política criminosa do governador Doria o “científico”, fica ainda mais evidente, quando um de seus asseclas, o secretário da educação do estado de São Paulo Rossieli Soares, cinicamente declara que, “nossa incidência é 30 vezes menor no nosso público do que a média no estado. São estudos do mundo inteiro nessa direção – de que é seguro retornar às aulas presenciais…”.

A preocupação, no entanto, não tem nada a ver com os profissionais, alunos e familiares, mas única e exclusivamente com os grandes capitalistas, ou seja, a indústria e comercio que alimenta esse setor mundialmente, desta forma, os professores, funcionários, bem como dos alunos, além, é claro de todos os seus familiares.

2 – Transportes

Da mesma forma que Doria atua com os professores, o “científico” da imprensa venal e dos empresários atual nos transportes públicos e a ordem para todos os seus secretários é a mesma, sejam cínicos. Assim também agiu o secretário dos transportes Alexandre Baldy de que, em 2020 ter havido 100%, o que se vê e um enorme contingente da população, correspondente a mais de cinco milhões de usuários diários, somente no sistema metropolitano, incluindo o Metrô, CPTM e ônibus intermunicipais, bem como, se contarmos os ônibus municipais da capital de São Paulo, do prefeito Bruno Covas, também do golpista PSDB que são obrigadas, serão perto de sete milhões todos os dias, a utilizar os transportes superlotados, facilitando enormemente a contaminação, em um dos mais vulneráveis e facilitadores da contaminação do Covid-19.

O prefeito da capital de São Paulo, Bruno Covas é partidário da mesma política genocida do Doria, mas que é seguida, em maior ou menor grau essa mesma política genocida. Os trabalhadores de uma das maiores empresas de transportes coletivos municipais de São Paulo, a Via Sudeste fizeram inúmeras denuncias de casos de mortes por coronavírus, bem como, das sequelas causadas devido ao contágio do Covid-19.

A situação catastrófica apresentada na capital e no estado de São Paulo é o retrato cabal da situação em todo o país, no entanto há uma imobilidade nos sindicatos, no sentido de impulsionar qualquer luta, pois suas direções preferem a acomodação de ficar em casa deixando as portas das entidades fechadas, enquanto os trabalhadores ficam à própria sorte sendo contaminados e mortos, como disseram os trabalhadores da Via Sudeste que já ocorreram mais de sessenta mortes nas garagens. Eles disseram que haveria uma greve dos trabalhadores no setor dos transportes, mas as direções preferiram recuar.

Mais uma vez, numa capitulação sem precedentes, diante da vida de milhares de trabalhadores, a diretoria do Sindicato dos Metroviários, desmarcou uma greve que ocorreria a partir de 00h00 do dia 20/04/2020, ao acreditar que o Doria, que já levou ao cemitério 90 mil no estado será protagonista de uma vacinação em massa nos trabalhadores dos transportes, no caso especifico dos metroviários.

Não se pode crer que os incontestes genocidas como Bolsonaro, Doria, Covas, etc. que não foram capaz de vacinarem nem 5% da população do país serão os que vão resolver a situação catastrófica da contaminação e mortes do país. Portanto é necessária a mobilização dos trabalhadores. Que as direções dos sindicatos abram as portas de suas entidades organizem seus trabalhadores, sob a coordenação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e vão às ruas. O 1º de maio é uma grande oportunidade para romper com a paralisia e colocar os trabalhadores contra seus inimigos.

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