Os trabalhadores que estão no acampamento do movimento As Terras que ocupam a Fazenda Tropa Costeira estão sofrendo ataques rasteiros de uma campanha suja e mentirosa para que os grileiros de terra e mineradoras da região fiquem com a área devoluta de mais de 88 hectares no distrito de Arraial d’Ajuda, município de Porto Seguro, Bahia.
A campanha suja consta até mesmo nos autos do processo que mandou despejar esses 400 ocupantes da área devoluta. Na página 7 do documento apresentado pelos advogados e que conta do processo de despejo do juiz da Vara Cível de Porto Seguro, Fernando Paropat, tem uma acusação falsa e que no próprio documento contém informações que demonstram que é falsa. Um dos motivos do despejo é que as famílias se encontram em uma área de “reserva”, ou seja, uma área destinada a reserva florestal. Mas observando o próprio mapa da fazenda com o local averbado para ser a reserva florestal mostra que a acusação é falsa e muito provavelmente quem está dentro da área de reserva é a mineradora de areia que explora a área ilegalmente.
No documento diz: “Aliás, a área ocupada clandestinamente pelos Réus está situada em local de reserva permanente, não sendo a mesma utilizada para fins agrários mineral, de modo que as inclusas fotografias e vídeos demonstram que o movimento vídeos convidando pessoas de toda a região para participarem da invasão, os quais comprovam que a finalidade da invasão não é social, possuindo fins econômicos e políticos, o que não se enquadra no perfil de sem terra”.
As famílias estão acampadas nas margens da rodovia BA-981 no lado contrário a que está colocado como reserva legal da Fazenda Tropa Costeira. Veja no mapa abaixo:
Em verde é onde está a reserva da Fazenda e no ponto vermelho é onde estão as famílias do acampamento. O que fica evidente é que existe uma série de informações totalmente falsas em um processo de despejo que em qualquer órgão do judiciário que fosse minimamente sério sequer seria levado adiante.
É preciso denunciar mais essa fraude para acusar as famílias de trabalhadores que ocupam a Fazenda Tropa Costeira, terra devoluta e que está sendo utilizada de maneira ilegal para a mineração e que possivelmente irá servir para a construção de novos condomínios de luxo para a especulação imobiliária enquanto o povo sem condições passa necessidade nas ruas de Porto Seguro em meio a pandemia de coronavírus.