A cada dia que se passa, a situação de vida da população se agrava. Inflação desenfreada, desemprego, fome, miséria, doença. Essa realidade se abate com mais força sobre a população mais pobre, de maioria negra. A política do governo golpista de Bolsonaro e da direita já matou centenas de milhares contando apenas a pandemia.
Em meio a isso, a esquerda pequeno-burguesa ficou em casa e hoje em grande parte boicota os atos de rua. Nesse cenário, essa esquerda comemora a censura nas redes sociais, como o fez antes quando contra Trump e os bolsonaristas. A censura rapidamente provou se voltar com mais intensidade contra a própria esquerda.
A bola da vez foi o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo. Após postagens fazendo alguns apontamentos sobre a questão do negro, da maneira bizarra como a extrema direita o faz, o cidadão teve seu perfil desativado pela rede social. Ou seja, a censura já é método nas redes. E ela se volta contra quem diz aquilo que não se alinha à política das grandes redes sociais, ou seja, a política do imperialismo.
Se essa é a forma de lidar com um membro de um governo, numa posição de destaque, qual não será a postura das redes contra os militantes de base, os coletivos de esquerda e populares? Não há vitória aqui. Não há sequer luta, contra o racismo ou o que for. A condição de vida do negro não se altera pelas declarações do ministro ou pela suspensão de sua conta do Instagram.
A causa do suplício da população negra no Brasil e no mundo são os ataques do imperialismo, que arrasa países, economias, populações. Que transforma cidades em cinzas sob suas bombas. No Brasil em particular, as polícias matam todos os dias o povo pobre e negro, seja nas cidades, seja no campo. A fome assola as favelas e periferias. Famílias inteiras estão nas ruas dos grandes centros urbanos, sem ter onde morar por não conseguirem pagar absurdos aluguéis em meio ao desemprego e rebaixamento salarial.
O que há é o endurecimento da censura. Que já é empregado hoje contra a esquerda, para impedir a contestação dos governos e regimes políticos que massacram toda a população trabalhadora. O movimento negro que adquira mínima expressividade com uma política efetiva será silenciado completamente pelo ambiente instaurado nas redes. Não há o que comemorar. Há trabalho a se fazer, convocar os atos, nas fábricas, nos centros de transporte, nas favelas e periferias. Esse é o único meio de acabar com o massacre do negro e de todo o povo oprimido. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Fim das polícias e dos presídios! Lula presidente, por um governo dos trabalhadores!