A mobilização nas ruas não está sendo feita para pressionar o governo e tampouco para servir de trampolim eleitoral para oportunistas. Além das reivindicações emergenciais, como a vacinação e um auxílio emergencial de verdade, o povo está mobilizado nas ruas para lutar pela derrubada imediata do governo Bolsonaro. Nenhuma manobra no Congresso vai resolver os problemas do País. Colocar o movimento a reboque de um eventual – embora improvável – impeachment seria o caminho para a derrota.
Como tornar a mobilização vitoriosa?
Em primeiro lugar, é preciso elaborar um plano de lutas, para o desenvolvimento das manifestações, que dê continuidade e desenvolva a mobilização, mantendo a população nas ruas até a derrubada do governo.
Em segundo lugar, é preciso ampliar as mobilizações, levar os protestos para todos os cantos do País. No dia 29 de maio, cerca de 200 atos foram realizados. Nesse 19 de junho, mais de 400. É preciso seguir esse caminho: multiplicar os atos, organizar a luta em cada cidade, em cada Estado, em todas as regiões do País até o fim do regime genocida.
As pessoas e as organizações do movimento operário e popular que estão participando nos atos devem trabalhar para mobilizar as categorias de trabalhadores que estão sendo duramente atacadas, com particular atenção às ameaçadas pelas privatizações dos Correios, da Eletrobrás etc. Aleḿ disso, é necessário ir às comunidades e bairros operários fazer um trabalho de convocação dirigido à ampla massa de trabalhadores e oprimidos de nosso país.
Uma frente única da esquerda
As manifestações de rua são o resultado de uma ampla unidade, de uma frente única da esquerda. Para conseguir desenvolver e ampliar a mobilização, é preciso dar a essa frente única um caráter organizado.
Para isso, é necessário criar comitês de luta com a participação de todos os que queiram lutar, em todos os Estados, em todas as cidades e, inclusive, nos bairros das grandes cidades. É preciso realizar reuniões públicas.
A mobilização tem que ser a mais democrática possível, deve se basear no ativismo do movimento, nos que querem lutar, daí que os comitês devam ser organizados aos milhares, de Norte a Sul. Finalmente, para que a luta avance, é preciso que essa frente única se mantenha como uma frente única da esquerda. Ou seja: os partidos e organizações de direita têm que ficar de fora da organização da mobilização.
Nesse sentido, levantamos algumas reivindicações fundamentais, que unem os trabalhadores da cidade e do campo, a juventude e todos os explorados na luta contra o regime golpista,
- Vacina para todos! Com a quebra das patentes e controle popular
- Auxílio emergencial já! De, pelo menos, um salário mínimo enquanto a crise durar
- Não à privatização dos Correios e da Eletrobrás. Reversão de todas as privatizações
- Fim da violência policial! Dissolução da Polícia Militar
- Não ao desemprego, redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais
- Estatização da saúde
- Estatização da ensino, educação para todos
- Não ao fechamento das universidades públicas, aumento da verba federal para as universidades
- Direito a terra e moradia, em defesa das ocupações na cidade e no campo
- Fim da ditadura dos bancos, estatização do sistema bancário
- Fora Bolsonaro!
- Por um governo dos trabalhadores!
- Lula presidente!