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Garimpo ilegal na reserva indígena Raposa Serra do Sol

Com aval de Bolsonaro, garimpeiros invadem terra indigena em Roraima

Sem nenhuma fiscalização, indígenas tentam mas não conseguem conter o avanço do garimpo em suas terras

Em busca da sobrevivência em meio a crise econômica, e impulsionados pela onda predatória de destruição ambiental e extermínio dos povos indígenas, garimpeiros estão formando verdadeiras favelas no interior da reserva Raposa Serra do Sol, no nordeste do estado de Roraima.

Lá dentro, se endividam com empresários que cobram pelo frete e pela utilização dos “moinhos”, e se contaminam com metais pesados as águas dos lagos e igarapés que naturalmente atingem as comunidades indígenas donas por direito dessas terras.

Seguindo a política genocida de Jair Bolsonaro, o governador do estado do Roraima e aliado de primeira ordem do presidente, Antonio Denarium (sem partido, ex-PSL), sancionou em janeiro a lei estadual 1.453/2021, que facilita o garimpo de ouro e outros minérios e legaliza a utilização de mercúrio e cianeto no processo de segregação, substancias altamente tóxicas e poluentes do meio ambiente.

Embora a lei tenha sido derrubada por inconstitucionalidade e os próprios indígenas estarem arriscando suas vidas para manter barreiras de controle de entrada nas vias de acesso, a onda de invasão só vem aumentando.
Segundo o Conselho Indígena de Roraima (CIR), o numero de garimpeiros no local já pode passar de mil pessoas. Eles se dividem em três áreas, controladas por suas respectivas lideranças que se encarregam, inclusive, do loteamento e venda de áreas de garimpo.

Os indígenas que residem próximos às áreas de garimpo relatam que o fluxo de veículos de pequeno e grande porte tem aumentado, e que não existe por parte dos órgãos responsáveis nenhum tipo de fiscalização. Os garimpeiros usam acessos clandestinos por onde passam bebidas alcoólicas (proibidas na reserva), mantimentos, materiais de garimpo, e logicamente o corona vírus, colocando em risco a vida de todos os indígenas residentes na reserva.

Desde que assumiu a presidência da república e mesmo em campanha eleitoral, Bolsonaro vem criando um clima de total destruição a toda e qualquer política de preservação dos direitos dos povos indígenas e do meio ambiente. Seu discurso demagógico e genocida tenta enganar seus apoiadores no sentido de que os povos indígenas devem explorar as riquezas do subsolo das terras em que habitam e se integrar completamente à sociedade capitalista.

No entanto, é mais que óbvio que não existe a menor intenção por parte desse governo de melhorar as condições econômicas dos povos indígenas. O que ele e seus aliados golpistas vem fazendo é impulsionar a todo custo a derrubada de qualquer medida de fiscalização das atividades ilegais de extração de madeira e minério nas reservas e em todo o Brasil, e principalmente na Amazônia, para que as oligarquias locais possam ampliar seu negócios explorando a população pobre e colocando essa camada do povo brutalizada pela miséria em confronto direto com as populações indígenas.

De quebra, o que resta dessas atividades predatórias é terra arrasada pronta para ocupar com a pecuária e estabelecer novos latifúndios, favorecendo ainda mais essa camada de senhores de escravos moderna.

Não existe o mínimo de humanidade, escrúpulo ou decência por parte do governo Bolsonaro e seus aliados que são frutos do golpe de 2016. É preciso mobilizar todas as organizações populares e sair às ruas por Fora Bolsonaro e todos os golpistas, e exigir a candidatura de Lula para derrotar o golpe e a direita. Só o povo nas ruas é capaz de dar fim ao genocídio.

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