A imprensa golpista, em sua incessante campanha pela terceira via e, mais especificamente, contra o ex-presidente Lula e o PT, mantém, mesmo sobre os fatos mais inusitados, um destaque para seus apadrinhados. A Folha de S.Paulo, expoente na política de enganar a esquerda pequeno burguesa e colocá-la a reboque da política da burguesia, demonstra novamente a questão. Noticiando o lançamento do filme “Marighella”, dirigido por Wagner Moura, a imprensa golpista conseguiu dar destaque curioso a alguns dos eventos de lançamento.
O filme contará com diversos eventos de lançamento. O principal será em Prado, Bahia, no assentamento Jacy Rocha, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, o MST. O evento terá destaques de peso, como o dirigente do movimento, João Pedro Stédile, os familiares do próprio Carlos Marighella, Maria e Carlinhos Marighella, neta e filho do guerrilheiro, além de mais de 200 famílias que lá desenvolvem a atividade agroecológica. Mais que isso, haverá uma manifestação com 4 mil pessoas,. O próprio ex-presidente Lula foi convidado, e ainda os atores Bruno Gagliasso e Zé de Abreu confirmaram presença, no dia 6 de novembro.
Em face disso, a Folha achou por bem dar maior destaque em sua notícia ao evento que ocorrerá no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto – MTST. Não à toa, a matéria consegue citar nominalmente seu menino Guilherme Boulos, burocrata do movimento. No MTST, haverá participação do diretor, Wagner Moura, e outras figuras que a Folha não achou relevante citar, mas fez questão de mencionar o “dirigente”, nem mesmo confirmado para o evento que ocorrerá na ocupação Carolina Maria de Jesus, no Jardim Iguatemi, zona leste de São Paulo, no dia 3 de novembro.
A imprensa burguesa, golpista, venal, repetidamente se mostra um agente anti-povo, algo em que não se pode confiar nem mesmo em notas de rodapé ou em receitas de bolo. Uma escória mobilizada a manipular e desorientar a população, buscando levar os trabalhadores a confiarem em seus inimigos, e criar lideranças artificiais para entregar o povo pobre a seus próprios algozes, como Guilherme Boulos, cumprimentado por um tenente-coronel da polícia militar por seu papel nas remoções de sem-teto.
A única forma de superar este entrave político que é a confiança da esquerda pequeno-burguesa e das análises de dirigentes reformistas na imprensa burguesa é explicar e, mais que isso, fortalecer a imprensa operária. Somente com uma máquina de imprensa própria podem os trabalhadores ter autonomia para pensar, refletir, analisar a realidade e se organizar e mobilizar em torno de suas próprias pautas, não qualquer autonomia, ou num sentido genérico da palavra, mas autonomia de classe. Nesse sentido, o PCO, como o partido com a maior imprensa própria no Brasil, tem tomado a dianteira com a certeza de sua política. Fortalecer a imprensa operária e o Partido da Causa Operária! Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Lula presidente, governo dos trabalhadores!