O massacre do Jacarezinho (RJ), como tantos outros, revelou uma realidade que a população brasileira sofre cotidianamente: a repressão do regime burguês, a repressão do regime golpista.
Foram executadas dezenas de pessoas, a maioria jovens negros e pobres, que nem porte físico possuíam para enfrentar os brutamontes da polícia, que, armada com armamento de guerra, atacou toda uma comunidade, aos tiros.
Todos os relatos foram ouvidos, todos os vídeos foram vistos, e tudo denuncia a mais covarde repressão contra a juventude negra dos bairros pobres do Rio de Janeiro. Foi a maior chacina da história do Estado, e até o momento não se sabe quantas pessoas foram executadas.
São mortos que irão entrar para a estatística da ação da polícia, que mata milhares de pessoas todo ano e que, após o golpe de Estado, recebeu carta branca do Poder Executivo, seja federal seja estadual, para matar ainda mais.
O objetivo da repressão é somente este, quebrar qualquer resistência contra a direita, contra a burguesia, massacrar os mais pobres, assassinar negros e trabalhadores. A repressão não cumpre outro papel, não existe a tal “segurança pública”.
A polícia é uma organização criada com o único objetivo de trucidar o povo. Não se trata de uma organização que precisa ser reformulada, “desmilitarizada”, no caso da PM, como diria a esquerda demagoga, que não quer perder os votos advindos da repressão, mas se trata de uma organização a ser dissolvida, desmantelada, destruída, tanto a PM quanto a Polícia Civil, autora da chacina do Jacarezinho, o que revela que o aspecto militar não é o único problema.
Tentaram fazer o povo se acostumar com a existência da repressão escancarada junto com o regime democrático. A verdade é que não é possível existir uma democracia, mesmo que conservadora, em conjunto com uma corporação cuja progressão interna, por exemplo, tem como critério o número de civis executados.
Acabar com a polícia significa o fim dos caveirões, o fim das delegacias, do procedimento padrão, do “baculejo”, da revista policial, da tortura, das execuções. É dissolver, de ponta a ponta, os órgãos de repressão.
Esta é uma tarefa que está colocada para qualquer organização que se diga minimamente democrática. Organizar o povo trabalhador brasileiro, maioria esmagadora, para acabar com a polícia e constituir sua própria segurança.
Lutar pelo direito de se defender dos ataques do regime da direita, organizar o povo em conselhos de segurança. A propaganda dessa necessidade é o primeiro passo. Divulgar aquilo que o povo quer, espalhar a proposta, organizar e colocar em prática.
Essa é a única forma de evitar as próximas milhares de vítimas da polícia. É essa proposta que o Partido da Causa Operária e o Coletivo de Negros João Cândido pretende colocar em prática, com as demais organizações democráticas do povo trabalhador.