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A podridão da Lava-jato

Caso Marisa Leticia é mais uma prova da perseguição a Lula

A burguesia não mede esforços para atingir seus objetivos, assim como no caso de Lula e da morte de Marisa, esta é a mesma política rasteira usada contra a classe trabalhadora

A operação golpista Lava-Jato como ficou definitivamente comprovado por vazamentos de mensagens entre seus membros, tinha como objetivo principal tirar do ex-presidente Lula qualquer possibilidade de interferir na política do país, o que implicaria em inúmeros ataques ao próprio Lula e a todos ao seu redor. Alguém que pode-se dizer sentiu na pele o que os fascistas da Lava-jato eram capazes foi a ex-primeira dama Marisa Letícia, falecida em 2017 em meio à operação.

A iniciativa dos golpistas de rifar Lula, mesmo orientados pelo imperialismo norte-americano e com todo o aparato da Justiça e demais instituições burguesas do país a seu favor, não seria tão simples como talvez tenham imaginado. Isto porque o motivo que levou a necessidade de acabar com Lula é o mesmo motivo pelo qual isto não seria possível: Lula é o maior líder popular do país.

Sem condições de enfrentar politicamente a figura de Lula, a Lava-Jato que precisava ajudar a burguesia na missão de voltar ter o controle definitivo do país, precisou usar de expedientes ilegais e rasteiros, através da perseguição, da intriga, da falsificação, etc. Sequer a lei burguesa serviria a tais interesses tão escusos.

Um destes expedientes empregados foi a perseguição à Marisa Letícia. A Lava-Jato depois de muito procurar achou por bem usar como parte do seu esquema as transações imobiliárias de Lula e sua então esposa Marisa. Os “muito” competentes investigadores da operação descobriram que Marisa havia adquirido um imóvel no Guarujá, o famoso “Triplex do Lula” como fez circular a imprensa burguesa.

A tese dos procuradores seria de que o imóvel teria sido adquirido por Marisa e Lula através de transações entre a imobiliária do imóvel e a Petrobrás, bem como as despesas com as reformas do imóvel. Isto sem qualquer prova material, a grande prova seria a delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente da imobiliária. Com isto Lula foi acusado e posteriormente condenado por receber propina e por lavagem de dinheiro.

Junto com a imprensa a Lava-Jato promoveu um verdadeiro show de horrores, os jornais e telejornais burgueses enchiam suas manchetes com acusações contra Lula e também contra Marisa que teve sua imagem associada ao caso e foi submetida ao constante terror da incerteza das decisões que seriam tomadas na investigação, desde invasão de sigilo, investigação de todos os membros da família, apreensão de objetos, buscas realizadas das formas mais abusivas possíveis etc.

Lula afirma que Marisa perdeu motivação de vida, que não saia mais de casa e não queria mais conversar. Marisa era  era diagnosticada há dez anos com aneurisma. Toda a perseguição e estado de inquietação com a imprensa e a investigação levaram Marisa que tinha a saúde cada vez mais debilitada, a sofrer um AVC e morrer em 03 de fevereiro de 2017. Após sua morte Lula afirmou:

“Acho que esses meninos da ‘Lava Jato’ têm responsabilidade com a morte dela. Porque você não pode dedicar uma vida inteira a cuidar do filho, fazer política de solidariedade, e de repente da forma mais banal possível, mais cretina, ser tachada de corrupta”

Em outra entrevista Lula relata a perturbação sofrida pela família:

“Você não tem noção do que é passar seis meses esperando todo santo dia que a Polícia chegue na tua casa. Todo santo dia. Não é um dia, não, são seis meses. E, de repente, você vê a polícia chegar na tua casa, com uma desfaçatez, todo mundo com máquina fotográfica pendurada no peito para tirar fotografia.”

Os procuradores da Lava-Jato por sua vez não se sensibilizaram, muito pelo contrário. Conforme mensagens vazadas divulgadas anos depois, em 2019, os membros da operação ironizaram e se divertiram com a morte de Marisa:

Logo depois Lula seria preso para não disputar as eleições presidenciais de 2018, na qual a burguesia colocou o fascista Jair Bolsonaro na presidência para preparar uma alternativa para 2022. Assim que assumiu a presidência com Bolsonaro a burguesia presenteou o Juiz Sergio Moro, que condenou Lula, com um cargo de Ministro até as divergências entre a direita e extrema direita se acirrarem fazendo Bolsonaro e Moro romper.

Apesar das investidas da direita contra Lula, a mobilização popular se estabeleceu em torno da liberdade de Lula, mesmo com a tentativa de setores direitistas da esquerda de conter este movimento. Formaram centenas de mutirões, atos de rua, atos nacionais em frente à PF onde Lula estava preso, milhares de assinaturas recolhidas, etc. A pressão pela liberdade do ex presidente fez a direita ser obrigada a recuar e determinar a libertação de Lula em novembro de 2019.

Recentemente, neste mês de março de 2021, a situação política também obrigou a burguesia a anular todos os processos contra Lula, devolvendo assim todos os seus direitos políticos e sua elegibilidade, além de reconhecer a suspeição Juiz Sergio Moro.

Neste mesmo sentido a Justiça burguesa reconheceu na ultima semana a inocência de Lula e Marisa Letícia no caso do tríplex do Guarujá. Marisa havia em 2015 acionado a Justiça contra a OAS e Bancoop, responsáveis pelo imóvel, pedindo a devolução dos valores pagos por ela devido a descumprimento do contrato por parte da OAS e Bancoop que não entregou o apartamento comprado por Marisa nem lhe devolveram os valores pagos.

A decisão reconheceu que a construtora descumpriu o prazo de entrega da obra e que Marisa tinha direito à devolução integral dos valores que pagou. Desfazendo completamente a mirabolante tese construída pela acusação de Lula e deixando mais uma vez evidenciada a manobra política que se instaurou para perseguir o ex-presidente Lula, nem que para isto tivesse que atormentar a vida dele e dos familiares, o que resultou inclusive na morte de Marisa.

A burguesia não mede esforços para atingir seus objetivos políticos, isto pode ser visto não só no caso de Lula ou da morte de Marisa, é isto que acontece todo o tempo contra a classe trabalhadora que esmagada. O exemplo da pandemia é claro: mais de 300 mil brasileiros, em sua grande maioria trabalhadores, também estão sendo assassinados em prol dos interesses da burguesia.

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