Nós, profissionais da educação em greve das Redes de Ensino Municipal e Estadual de São Paulo, seguiremos nesse período de afastamento das escolas realizando a denúncia dos crimes cometidos pelos governos contra toda a comunidade escolar.
No momento em que a pandemia se encontra no momento de maior gravidade, com mais de 1.400 mortos diariamente e 50.000 novos mil casos de contaminação, UTIS com maior nível de lotação já vistos, o governo decreta retorno das aulas presenciais nas escolas públicas e particulares.
Posição verdadeiramente criminosa, coloca em circulação um grande contigente de pessoas a mais nas ruas com funcionamento das escolas certamente aumentará exponencialmente os números dessa tragédia anunciada. Motivados pela pressão dos setores mais ricos da sociedade, que exigem que os filhos dos trabalhadores sejam mandados a escola para morrer para que possam explorar a força de trabalho de seus pais a vontade.
As escolas sob os governos neoliberais em São Paulo estão em total decadência, não existe nenhum investimento em manutenção das estruturas, realidade que na pandemia saltou aos olhos. Com a proposta de volta, Covas e Dória lançaram protocolos sanitários que, em tese, deveriam proteger a vida dos que na escola estão, prometeram compras de tablets e equipamentos de segurança e garantiram as famílias por meio da imprensa a segurança de suas crianças.
Nós, profissionais da educação que estamos diariamente nas escolas, sabemos da impossibilidade de se seguir protocolos e da ineficiência do governo na compra e entrega de qualquer material. Quando retornamos para o planejamento só havia as promessas. Não existem funcionários na quantidade adequada para limpeza nem alimentação, compraram toneladas de álcool gel vencido, as salas não tem a ventilação necessária, os espaços livres, onde os alunos devem permanecer mais tempo para evitar contaminação, ou não existem ou são insuficientes e promoverão aglomerações.
Não existe a nem a remota possibilidade que as equipes que estão na escola consigam higienizar os espaços a fim de evitar a explosão de contaminação, eles não estão em quantidade suficiente e nem tiveram a prometida formação para tal.
O quadro é dramático, e os profissionais da educação, com a seriedade e compromisso que tem com a comunidade não poderiam deixar de fazer essa denúncia. Dizer que existem condições de volta é que nas escolas as crianças estão seguras é uma grande mentira.
Nossa greve é pelas nossas vidas e de nossas crianças, nessa luta, educadores, pais e alunos devem se organizar e exigir condições seguras para então voltar as escolas. Queremos nos juntar para exigir em uma grande mobilização, o enfrentamento sério e real contra a crise do coronavírus, e nos colocar contra a política de Dória e Covas de nos matar. Com a posição de volta somente com vacina, auxílio emergencial para todas as famílias que necessitarem, e alimentação garantida para todas as crianças enquanto as aulas não retornam.