Na noite desta quarta (31), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Henrique Mandetta (DEM), João Amoêdo (NOVO) e Luciano Huck (sem partido) lançaram um manifesto em defesa da democracia, da Constituição de 1988 e contra o autoritarismo.
A manifestação ocorre no dia em que o governo golpista de Bolsonaro e o alto comando das Forças Armadas comemoram os 57 anos do golpe militar de 1964. Logo, trata-se de uma tentativa destes que são possíveis ou mesmo pré-candidatos à presidência em 2022, de fingirem que são oposição ao governo golpista que ajudaram a eleger.
Neste sentido, o documento é uma piada pronta, algo como “os golpistas defensores da democracia”.
Doria, o “científico”, é o principal genocida do País, junto com Bolsonaro, sendo responsável por cerca de 1/3 das mortes das quase 318 mil pessoas em todo o Brasil. Conhecido por ser um elementos asqueroso e profundamente anti-popular, ele foi o prefeito que jogou água em mendigo, destruir casas com gente dentro e propôs dar ração para as crianças nas escolas municipais.
Eduardo Leite é o governador conhecido como “BolsoLeite”, por ser um tucano da ala extrema-direita, muito semelhante a Bolsonaro. Ele é uma espécie de BolsoDoria do Sul e tem unido em seu governo o que há de pior em Bolosonaro e em Doria. Enquanto o Rio Grande do Sul está em colapso, o governador baixou um lockdown com multas de até 1,5 milhão para quem descumprir as medidas ineficazes que ele julgar necessárias. Se o governo não fizer nada, como não fez, pelo menos vai arrecadar um dinheiro.
Henrique Mandetta é o ex-ministro da saúde de Bolsonaro, responsável pela 1ª parte do desastre da pandemia. O médico reacionário, que se colocou como o grande defensor do SUS (Sistema Único de Saúde) é um direitista de “mão cheia”. Por todos as secretarias de saúde por onde passou, desmontou os programas públicos, como o Mais Médicos e fez campanha ativa pela privatização do Sistema de Saúde.
João Amoêdo é o banqueiro que cansou de ter que financiar campanhas de outros partidos e comprou o seu próprio, para intervir e fazer lobby de uma maneira mais direta. Uma espécie de Bolsonaro versão Itaú, o capitalista se diz um liberal convicto, apesar de ter defendido todas as intervenções do governo golpista na economia, quando se tratou de atacar o povo.
Luciano Huck é o garoto propaganda da Globo, considerado uma liderança jovem pelo Fórum Econômico Mundial, leia-se, pelos grandes capitalistas donos do mundo, ele é a resposta da burguesia brasileira à escassez de novos nomes da direita tradicional. Adaptado ao identitarismo, a demagogia com as minorias, o apresentador foi escolhido como um ator nacional da política, sendo projetado pela imprensa burguesa em todas as grandes discussões nacionais.
Ciro Gomes é o único pseudo-esquerdista da lista, não por acaso, não apoiou o golpe de Estado de 2016 abertamente, pelo contrário, naquela altura fez demagogia como se fosse um opositor da derrubada de Dilma. No entanto, passados alguns anos e o desenvolvimento da luta política, seus objetivos reacionário e suas tarefas ficaram cada vez mais escancarados. Como ele mesmo afirmou recentemente, sua tarefa é “derrotar o PT nas eleições de 2022”.
Apresentados, é preciso dizer que todos eles são elementos burgueses, que representam setores e interesses dos capitalistas. Não por acaso, todo eles, apesar do disfarce retórico de Ciro Gomes, apoiaram o golpe de Estado de 2016 e a fraude eleitoral de 2018, em que a burguesia tirou Lula da eleição para eleger Bolsonaro.
Logo, o que unifica estes desprezíveis cidadãos e seus currículos nada invejáveis não é nenhum apoio à democracia, nem mesmo nenhuma oposição a Bolsonaro, mas sim a tentativa de fortalecer um bloco de direita que sirva como alternativa à polarização entre Bolsonaro e Lula e que projete um deles ou outro como candidato da direita golpista.
Para quem quer ver uma descarga grande de cinismo, segue a íntegra do manifesto:
“Muitos brasileiros foram às ruas e lutaram pela reconquista da Democracia na década de 1980. O movimento “Diretas Já”, uniu diferentes forças políticas no mesmo palanque, possibilitou a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República, a volta das eleições diretas para o Executivo e o Legislativo e promulgação da Constituição Cidadã de 1988. Três décadas depois, a Democracia brasileira é ameaçada.
A conquista do Brasil sonhado por cada um de nós não pode prescindir da Democracia. Ela é nosso legado, nosso chão, nosso farol. Cabe a cada um de nós defendê-la e lutar por seus princípios e valores.
Não há Democracia sem Constituição. Não há liberdade sem justiça. Não há igualdade sem respeito. Não há prosperidade sem solidariedade.
A Democracia é o melhor dos sistemas políticos que a humanidade foi capaz de criar. Liberdade de expressão, respeito aos direitos individuais, justiça para todos, direito ao voto e ao protesto. Tudo isso só acontece em regimes democráticos. Fora da Democracia o que existe é o excesso, o abuso, a transgressão, a intimidação, a ameaça e a submissão arbitrária do indivíduo ao Estado.
Exemplos não faltam para nos mostrar que o autoritarismo pode emergir das sombras, sempre que as sociedades se descuidam e silenciam na defesa dos valores democráticos.
Homens e mulheres desse país que apreciam a LIBERDADE, sejam civis ou militares, independentemente de filiação partidária, cor, religião, gênero e origem, devem estar unidos pela defesa da CONSCIÊNCIA DEMOCRÁTICA. Vamos defender o Brasil.”