Na grande maioria dos meus artigos sempre coloco um sentimento saudosista, em uma época que eu costumo chamar de ‘o nacional desenvolvimentismo pós-redemocratização’. E quando se fala em desenvolvimentismo é fundamental que se faça essa junção inseparável do desenvolvimentismo nacional com políticas de meio ambiente, ainda mais quando se trata da tomada de decisão política no Brasil. E a tomada de decisão tem que sempre ser feita ao lado da ciência (biologia); o meio ambiente no Brasil é um assunto biológico e político. No caso da minha cidade (Brasília), não tem como implementar um projeto desenvolvimentista sem levar em consideração a riqueza dos nossos lençóis freáticos; somos um berço aquífero. Um projeto desenvolvimentista que não enxerga a ciência se iguala aos tecnocratas acumuladores de capital, que fizeram destruições no cerrado para pautar a ciência do dinheiro através de esquemas imobiliários!
Quando se discute nacional desenvolvimentismo e meio ambiente, os governos da era PT dão uma aula. Podemos citar o exemplo do Rio+20, realizado em 2012, organizado pelo governo brasileiro e que aprovou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Em 2015, o Brasil teve atuação decisiva em prol do Acordo de Paris, levando sugestões para o rompimento de barreiras, que impediam o avanço dos foros ambientais. É importante ressaltar que essa diplomacia sempre levou em consideração a geopolítica multipolar e de integração da América Latina, nunca colocando o Brasil como pária. Podemos citar o exemplo da ALCA (seria assunto para um próximo artigo).
Na Cop15, o Brasil era considerado um líder mundial, no quesito meio ambiente. Com compromissos (voluntários) de redução de emissões de gases de efeito estufa. Assumindo, também, a notável redução da taxa de desmatamento da Amazônia. O país assumiu um papel importante na geopolítica mundial, colocando em pauta a proteção do meio ambiente em conluio com o Estado Nacional, que se desenvolvia internamente no país.
No dia 30 e 31/10, Bolsonaro participará da reunião do G20. O despresidente tentará mostrar que o país está atuando para reduzir o desmatamento ilegal e a emissão de gases de efeito estufa. Bolsonaro, como sempre, usa sua tática venal de fake news, dizendo que vem seguindo todos os compromissos ambientais. Recentemente, o Observatório do Clima divulgou dados que mostram um aumento de 9,5% na emissão de gases poluentes no país, desmentindo, mais uma vez, as fake news ditas pelo inepto mandatário da nação.
Este tipo de reunião que acontece no dia 30 e 31/10 pode ser importante para as políticas públicas dentro dos países, levando em consideração países que tem suas empresas de combustível fósseis nacionalizadas, não é o caso do Brasil nesta conjuntura de golpe. No Brasil, onde nossa soberania vem sendo arrancada por meio de privatizações, já ocorreu o leilão de diversas áreas do pré-sal; um golpe contra nossa soberania e contra o meio ambiente. Em 2011, a companhia estadunidense Chevron, deixou vazar 3.700 barris de óleo, no Campo de Frade, na Bacia de Campos. Investigações deste acidente concluíram que a tragédia ambiental poderia ter sido evitada se a companhia tivesse seguido a regulamentação da estatal ANP (Agência Nacional de petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Se for citar exemplos o artigo vira um livro: Brumadinho, manchas de óleo nas costas brasileiras em 2019 e etc..
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