Esquerda imperialista

Boulos faz frente ampla com banqueiros

Economista de Boulos, Laura Carvalho, está entre as assinantes de carta aberta assinado por banqueiros e representantes dos governos neoliberais

No dia 21 de março, um grupo de empresários, banqueiros e economistas publicou uma carta aberta para pedir medidas contra a pandemia. Logicamente que a carta é parte de uma articulação política de uma ala da burguesia contra a política do governo Bolsonaro no que diz respeito à crise sanitária.

A carta é assinada pelos principais representantes dos banqueiros na política, como ex-ministros e presidentes do Banco Central, e por banqueiros do Itaú e Bradesco. No meio desses nomes, salta aos olhos a presença da economista Laura Carvalho, responsável pelo programa econômico do psolista Guilherme Boulos nas eleições.

Uma carta contra o povo

Grosso modo, os banqueiros e empresários defendem as medidas mais baratas para o problema. Não é de se espantar, já que é uma carta escrita por banqueiros, que, todos sabem, são os principais adeptos de uma política de austeridade.

A política mais barata para o combate à pandemia não é segredo para ninguém. Trata-se da defesa do lockdown. Basicamente a carta exige que o governo federal adira a essa política. Para ser mais preciso, os banqueiros aconselham Bolsonaro a defender o lockdown, bem no sentido da política levada adiante por João Doria. De fato, uma política bem barata, basta colocar a polícia na rua para fiscalizar, coisa que ela já faz normalmente nas cidades ameaçando a população.

Os banqueiros e economistas se colocam como conselheiros de Bolsonaro e porta-vozes da direita tradicional que procura se opor a Bolsonaro na questão do lockdown

Na carta há ainda a defesa do retorno da abertura das escolas que eles cinicamente dizem que não causa risco nenhum aos professores e estudantes.

Em resumo, a maneira mais barata de combater a pandemia é o que a direita, com exceção de Bolsonaro, já vem fazendo na maioria dos estados. Não há palavra sobre medidas que sirvam para efetivamente auxiliar os trabalhadores e os pequenos empresários que estão sofrendo com as medidas, não há nada sobre a necessidade de se abrir mais hospitais e leitos, garantir testes para toda a população. Não há nenhuma proposta como essas porque elas não são baratas e os banqueiros não querem gastar com nada que seja efetivo para combater a pandemia.

Estão apenas fazendo demagogia e fazendo propaganda eleitoral contra Bolsonaro. Uma tentativa de aproveitar a crise, não para derrubar Bolsonaro, mas para diminuir o apoio a ele principalmente entre a classe média para poder lançar um candidato de direita alternativa a Bolsonaro na eleição.

Setores da esquerda pequeno-burguesa, que estão programados para seguir a política da direita, comemoraram a carta como um abandono do chamado mercado financeiro a Bolsonaro. Na realidade, esses banqueiros não querem derrubar Bolsonaro, eles querem manter a estabilidade para colocar em prática as medidas neoliberais. Sua propaganda contra Bolsonaro tem a mesma finalidade: procurar um candidato da direita que não seja Bolsonaro para que possa colocar em prática as política neoliberais de maneira mais eficiente do que está fazendo Bolsonaro.

Trata-se de uma carta anti-povo e uma defesa organizada da política da direita golpista.

O caráter da frente ampla

A carta é assinada por banqueiros e representantes da política neoliberal. Entre os que assinam estão Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, copresidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco; Armínio Fraga, ex-presidente do banco Central no governo FHC; Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central durante o governo golpista de Michel Temer; Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda no governo FHC, além de centenas de nomes ligados aos maiores bancos do País e aos governos da direita. Fica claro, por esses nomes, que se trata de uma carta que reúne os maiores inimigos do povo brasileiro, verdadeiros bandidos políticos ligados aos banqueiros, ladrões do povo.

Um nome chama a atenção entre tantos criminosos: o da economista da campanha eleitoral de Guilherme Boulos (PSOL), a professora da USP Laura Carvalho. A grande questão que fica é o que uma economista, que trabalhou no programa supostamente de esquerda de Boulos, está fazendo no meio dos principais representantes da direita neoliberal do Brasil. Chama a atenção, inclusive, que assinam a carta economistas e ex-membros dos governos Sarney, Collor, Itamar, FHC e Temer.

Fica muito claro que Laura Carvalho é uma economista de confiança dos banqueiros. Não de quaisquer banqueiros, o que já seria bastante importante, mas dos maiores banqueiros do País e defensores do neoliberalismo mais predatório. Não um neoliberalismo “ideológico”, mas um neoliberalismo na prática, ou seja, são banqueiros e representantes dos governos que colocaram em prática a política devastadora do neoliberalismo no País.

Seria então Laura Carvalho uma representante desses direitistas? A carta não deixa dúvida que sim. E isso significa que Guilherme Boulos se esforça para aparecer um nome de confiança da burguesia, da direita.

Por isso a candidatura de Guilherme Boulos foi tão elogiada pela imprensa golpista nas últimas eleições. Não se tratava apenas de uma manobra para pintar o psolista como uma alternativa ao PT, mas de fato de apresentar o candidato do PSOL como um nome de confiança da esquerda.

Além do apoio aberto da imprensa golpista, Boulos também se reuniu com empresários durante as eleições e procurou passar a ideia de que era um candidato moderado e conciliador.

A presença de Laura Carvalho entre os assinantes da carta é na prática a política de frente ampla que é defendida por Boulos. É a aliança da esquerda com a direita golpista. Por isso Boulos se recusa, até agora a lançar a candidatura de Lula mesmo com a devolução dos direitos políticos do ex-presidente.

Guilherme Boulos não defende a candidatura de Lula porque é um aliado dos banqueiros que não querem Lula. Boulos, por meio de Laura Carvalho, vai se tornando claramente um representante de uma esquerda ligada aos banqueiros e neoliberais, ou seja, ao imperialismo. Esse é o conteúdo dessa carta e da política que está por trás dela.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.