Imprensa picareta

Boulos é Boulos, Lula é Lula

Assim como mentem dizendo que o PT deseja Geraldo Alckmin como vice, os abutres da imprensa golpista tentam mostrar uma relação que não existe entre Lula e o psolista

presidential candidates (l r) ciro gomes, guilherme boulos and geraldo alckmin are pictured ahead of a televised debate in rio de janeiro

Na edição de 17 de novembro, o jornal golpista Folha de S.Paulo trouxe um artigo de título “Lula e Boulos”, assinado por Frei Betto. No texto, o autor tenta minimizar o abismo entre as duas figuras, aprofundado pela proximidade das eleições de 2022.

Antes de analisar qualquer mérito do artigo, fazem-se necessários alguns lembretes. A Folha é, por um lado, o jornal que mais faz propaganda de Guilherme Boulos (PSOL). O psolista trabalha no jornal, nunca foi criticado pela Família Frias e tem espaço garantido para fazer propaganda de suas ações eleitorais, não importa o quão insignificantes sejam. Exemplo disso é o estardalhaço da Folha porque dois ativistas de um grupo ligado a Boulos colaram um cartaz em uma estátua de um touro da Bolsa de Valores de São Paulo.

Por outro lado, a Folha foi um dos principais veículos da campanha imperialista e reacionária que levou à derrubada do governo do PT. Hoje, divide-se entre atacar Lula — por ter relações com “ditaduras”, por ser “corrupto” ou por “polarizar o País” — e o mais absoluto silêncio sobre as atividades do petista. É um tratamento, portanto, oposto ao dado a Boulos.

Quanto ao seu autor, Frei Betto, deve ser lembrado pelo caráter extremamente confuso e contraditório de sua política. Antigo apoiador de Lula, Frei Betto negou-se a apoiar a candidatura do PT à prefeitura de São Paulo para apoiar o próprio Guilherme Boulos, em 2020.

Em seu artigo, Frei Betto prepara uma repetição do que fez no ano passado: critica o PT por querer lançar um candidato próprio ao governo do estado e considera que “Lula para presidente e Boulos para governador” seria “a melhor chapa”. Em sua defesa, Frei Betto alega que o momento pede “unidade” e que “Boulos esteve ao lado de Lula nos momentos mais difíceis”.

Como a própria diferença no tratamento da Folha a Boulos e Lula já aponta, a unidade que Frei Betto tenta forjar é a unidade entre água e óleo. Lula é o maior líder popular do País, um fenômeno eleitoral e o único capaz de derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022. E mais do que isso: o único candidato capaz de impulsionar uma mobilização de todo o povo brasileiro contra o regime golpista.

Leia as reportagens do especial do DCO sobre o Escândalo Boulos-Warde

Boulos é o contrário disso: não é líder de nenhum movimento real, mas sim um político oportunista, cuja carreira foi firmada por meio dos elogios e aplausos da imprensa capitalista. Sua base não é o povo brasileiro, mas sim uma classe média conservadora, que não vê problemas em votar no PSDB. Em todos os momentos decisivos do golpe — inclusive a prisão de Lula —, Boulos esteve ao lado dos golpistas: liderou a campanha “Não vai ter Copa”, dividiu o movimento de luta contra o golpe, mobilizou sua base contra o governo do PT quando estava sendo atacado, não compareceu a um único ato pela liberdade de Lula em Curitiba e ainda lançou uma candidatura própria enquanto Lula estava na cadeia. É, portanto, a “ala esquerda” da tendência contrária ao movimento que Lula dirige, é um representante do regime golpista.

A candidatura de Boulos ao governo de São Paulo, inclusive, é mais um de seus passos teleguiados pela direita golpista. Se a esquerda quer ter uma “unidade” eleitoral, como propõe Frei Betto, por que não fazê-la em torno do PT, maior partido de esquerda no estado, que já esteve à frente da prefeitura da capital por três vezes e possui milhões de eleitores, independentemente do candidato? A “unidade” com Boulos é um golpe na praça: é trocar o maior trunfo eleitoral que a esquerda tem em São Paulo, que é o PT, em nome de um candidato financiado e promovido para atacar o PT.

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