No dia 12 de março de 2021, foi o terceiro dia de recorde de morte devido a complicações do vírus corona registrado no país. O Brasil terminou o dia com 2.152 mortes em 24 horas, as mortes já somam 275.105.
A estimativa do governo é que até o começo de abril, mais 100 mil pessoas vão falecer por complicações da COVID-19 , ou seja, o Brasil começaria o próximo mês com mais de 375 mil mortes. Desde o início da pandemia, o país já soma 11.363.380 de casos de COVID-19, o mais assustador é que 84.047 desses casos foram confirmados no último dia, é o segundo maior registro de casos em 24 horas da pandemia.
A média móvel de mortes no Brasil também só aumenta. Já são 51 dias seguidos com essa média de mortes acima de 1 mil. Foram 14 dias recordes seguidos de 27 de fevereiro até aqui. Essa variação foi de +49%, indicando uma tendência de alta nos óbitos pela doença.
A notícia divulgada pelo Valor Econômico, deu a seguinte manchete: o Planalto prevê até seis semanas com média acima de 2 mil mortes diárias. Seis semanas são 42 dias, com média acima de 2 mil mortes, a previsão oficial, feita pelo palácio do planalto, é essa: mais de 100 mil mortes em 42 dias. Técnicos e parte da cúpula do Ministério da Saúde ainda prevê a variação entre 2.200 (como estamos agora) a 2.600 mortes diárias, chegando ao pico de 3 mil mortes em 24 horas.
Infelizmente na situação em que nos encontramos, essas previsões não são desmedidas, como vimos nos números citados acima. Pelos números do governo federal, São Paulo já tem mais de 63 mil mortos, RJ com 34 mil, MG 20 mil mortos, RS 14 mil e PR com mais de 13 mil mortes. Os números mostram a gravidade da situação.
A população brasileira está diante de uma política genocida. O número de vacinados no país nem chegou ainda às casas dos 10 milhões, foram vacinadas apenas 4,5% da população. No entanto, essa vacina é só a primeira dose, e apenas um pouco mais de 3 milhões de pessoas conseguiram a segunda dose. O problema não é apenas não ter vacina, não há auxílio emergencial, não há testes, não há leitos nos hospitais. É um país em uma situação de total abandono, sob uma política deliberadamente genocida.
O país está à beira de um colapso econômico e social
Quando a gente fala de colapso, lógico que o colapso da saúde pública não é o colapso dos hospitais, são os 250 mil mortos e muitos mais que estão por vir. Esse é o colapso principal. Como uma sombra desse colapso, vem por aí também o colapso financeiro, econômico e social.
A epidemia está avançando, existe uma tentativa de voltar o isolamento social, que não funciona. Isso daí faz com que a economia fique totalmente paralisada, e para isso o poder público também não tem nenhuma solução.
O auxílio emergencial foi um esforço do governo para conter uma explosão social, a esquerda pequeno burguesa, em conjunto com a direita para tentar enrolar a população negou, afirmaram que era uma grande vitória da ala científica do congresso nacional contra o Bolsonaro. Uma mentira deslavada. A burguesia diante de um ponto crítico aprovou a política do auxílio emergencial junto com o Bolsonarismo. E agora, ninguém fala nada, nem a esquerda. Enquanto a situação da população é uma situação gravíssima.
Durante a pandemia tivemos uma quantidade gigantesca de novas demissões. As estatísticas dão conta que há 13 milhões de desempregados, o que não corresponde à realidade, sendo que o número de desempregados é muito maior.
Enquanto isso, o que os governos estão fazendo? estão demitindo pessoas por todos os lados: privatizações e demissões. Essa é a política genocida dos governos.
É preciso levantar um programa contra essa situação. Resumo da história, não adianta mais vir com a história de “fique em casa”, nessa situação, o fique em casa é simplesmente uma sentença de morte, ou você morre pela pandemia ou você morre de fome. Portanto é preciso agir, as ilusões da esquerda pequeno burguesa caíram por terra, é preciso se mobilizar nas ruas contra o colapso da saúde e econômico que a extrema direita está levando o país.
Quem são os responsáveis pelo colapso da saúde?
O governo Bolsonaro é um governo que chegou a negar a existência da pandemia, e a menosprezar, e até chegou a fazer absolutamente nada para combater a pandemia por motivos ideológicos. Dificilmente Bolsonaro vai escapar de aparecer como um dos grandes responsáveis pela quantidade de mortos que vai acontecer no Brasil.
Agora há um outro lado da questão, se nós falarmos que o Bolsonaro é o único responsável, nós estaríamos mentindo. O colapso que nós estamos enfrentando é um colapso do poder público em geral no Brasil. A pandemia revelou que na verdade não há nenhuma administração pública, no sentido mais corriqueiro da coisa.
A administração pública deveria no mínimo cuidar de coisas elementares, isso aí a pandemia revelou que é um completo desmoronamento do funcionamento dessa administração pública, e aqui se revelou em um setor fundamental que é o setor da saúde.
Os governos não fizeram absolutamente nada para conter a pandemia, com exceção de um isolamento social, estamos com um ano e pouco de pandemia e não se viu ninguém fazer nada além disso. No começo nem havia testes para a população, de tão mal organizado o país estava para combater a pandemia. Depois os testes começaram a se tornar algo comum, mas não há nenhum tipo de plano dos governos para testar a população como parte de uma medida de contenção da pandemia. Simplesmente se você quer saber se tem coronavírus, você vai lá e faz o teste, mas não há um plano em que o governo testa a população em massa, colocar agente de saúde nos bairros, delimitar as áreas com maior concentração da pandemia, etc. Se você mora em uma cidade como São Paulo, que tem uma área metropolitana é gigantesca, não tem como saber se o foco principal é a zona sul, alguma cidade da grande São Paulo, ninguém sabe nada.
Portanto, não há nenhuma medida de organizar a população em medidas de combater a pandemia. Depois de um ano, em que os governo tiveram que se preparar para a pandemia, o que nós temos: todo o equipamento de saúde está à beira do colapso.
Uma pergunta pertinente para se fazer é: como é possível isso? um ano para se preparar e não foram capazes de preparar para um momento de crescimento da pandemia? É uma total falta de planejamento, total falta de ação do poder público.
O panorama se completa com o problema da vacina, ninguém entende porque no Brasil não há uma vacinação em massa, sendo que estamos em uma situação catastrófica. Os governos afirmam que não tem como comprar a vacina, ora, teriam que se mexer, teria que comprar a vacina mesmo sendo o dobro do valor.
As mortes diárias estão escalando, vamos chegar em 300 mil mortos em abril. E é possível que o Brasil chegue aos 500 mil mortos esse ano. É necessário enfatizar: não é apenas o Bolsonaro. Todos os governos estaduais, e municipais, cujas responsabilidades devem ser proporcionais, são os responsáveis por essa situação.
É preciso se mobilizar nas ruas contra o governo genocida de Bolsonaro e os demais golpistas. Exigir vacina para a população, auxílio emergencial para os desempregados e o fim desse governo assassino.