Neste dia 3 de julho, ocorreu, conforme marcado pelas frentes da esquerda, manifestações em diversas cidades do país. As manifestações em todos os locais foram visivelmente menores do que as anteriores, do dia 19 de junho, além de ocorrerem em menos cidades. A manifestação de São Paulo, no entanto, foi bastante grande e, apesar de não ser possível ainda fazer uma avaliação mais concreta sobre o seu tamanho, há algumas observações que se pode fazer sobre o ato.
Primeiramente, foi notória a tentativa vergonhosa da esquerda pequeno-burguesa de infiltrar dentro do ato elementos da direita, que foram duramente vaiados e até expulsos do ato pelos militantes do Partido da Causa Operária e outros setores mais combativos. No carro de som, figuras de partidos como Rede, PDT e também da Força Sindical, foram vaiadas e ridicularizadas pelos presentes, que não permitiram que esses fizessem suas falas.
No entanto, foi perceptível um aumento no número de elementos ligados à CUT e ao movimento sindical, o que dá um indicativo de que há uma tendência – caso os atos não sejam desmanchados pelas trapalhadas das direções estilo “Centro Acadêmico” – da classe trabalhadora se juntar às manifestações.
A concentração do ato começou às 15h na Avenida Paulista, com a presença de milhares de pessoas no entorno do carro de som ao lado da sempre muito frequentada banca do PCO, com a venda de exemplares do Jornal Causa Operária, materiais da Loja e a distribuição de adesivos, panfletos, e outros materiais, que sempre são muito disputados pelos presentes na manifestação.
Interviram no ato pessoas de diversas organizações, com um destaque para a intervenção do companheiro Antônio Carlos, que chamou a atenção para a infiltração de elementos da direita na manifestação, cuja presença tem o potencial de aniquilar o movimento e deve ser combatida. O companheiro falou: “Na revista Veja, do golpe militar, que ajudou a derrubar a Dilma e prender Lula, estampou lá que estava vindo hoje os assassinos do povo de São Paulo, os assassinos dos jovens de Paraisópolis, os repressores da greve dos professores, os inimigos da nossa mobilização, os pais de Bolsonaro, que o PSDB ia vim pra cá hoje”, denunciando a presença dos tucanos no ato.
Posteriormente, os militantes do PCO e outros companheiros, após serem provocados pelos bate-pau financiados pelo PSDB para se infiltrarem na manifestação, conseguiram expulsá-los, lavando a alma de todos os presentes no ato, que estavam visivelmente incomodados com a presença deste setor que é dos mais odiados do país e cuja atuação no golpe de estado foi fundamental para a subida ao poder de Jair Bolsonaro.
Após esse momento da concentração, o ato saiu em passeata em direção à rua da Consolação, para fazer o usual trajeto até a Praça Roosevelt. No caminho, alguns manifestantes entraram em conflito com a Polícia Militar assassina de João Doria (do PSDB), os quais foram confrontados pelos manifestantes, que reagiram à repressão criminosa.
O ato foi um sucesso graças à atuação desse setor mais combativo do movimento, representado pelo Partido da Causa Operária e outros setores da esquerda. No entanto, é preciso ficar atento para impedir essa infiltração criminosa da direita no movimento. É fundamental que se democratize a direção dos atos com a chamada para plenárias municipais, a fim de coordenar os próximos atos.
São Paulo | Una multitud en la av. Paulista para exigir la salida de Bolsonaro y una bandera: "vida, pan, vacuna y educación". #3JForaBolsonaro pic.twitter.com/QGRjdaCHDZ
— Nacho Lemus (@LemusteleSUR) July 3, 2021