Conhecidos como os que preferem entregar a luta dos trabalhadores à justiça, o sindicato da CSP-Conlutas substituiu a mobilização dos trabalhadores da Embraer, onde mais de 2.500 trabalhadores foram demitidos, pelo golpista Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Na última terça-feira (23), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª região marcou mais uma audiência de conciliação entre o Sindicato e a direção da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Essa audiência se refere às 2.500 demissões que ocorreram no mês de setembro de 2020, e que o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, da CSP-Conlutas, do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), decidiu deixar os trabalhadores à própria sorte.
Seguindo a política bolsonarista de enxugar o quadro de funcionários, para facilitar a entrega de empresa, a direção atual desferiu um brutal ataque aos trabalhadores e, numa tacada só, colocou 1.600 na rua através da pressão de demissão voluntária (PDV) que na realidade não há nada de voluntário, mas muita imposição da direção da empresa contra os funcionários, além de 900 demitidos sumariamente. Segundo a nova direção, cujo presidente é Francisco Gomes Neto, o PDV não surtiu o resultado necessário, por isso a demissão dos demais.
Na época o sindicato do PSTU, ao invés de chamar a greve dos trabalhadores, ocupar as instalações empresa, ou coisa que o valha, preferiu a farsa da assembleia virtual e, apesar de dizerem que os trabalhadores haviam aderido à greve, o que foi uma farsa, à medida que não os mobilizaram, deixou que os trabalhadores fossem demitidos, numa capitulação vergonhosa.
Naquele período, os dirigentes do Sindimetal/SJ já haviam acionado o TRT, pior ainda, para “pressionar”, começaram a distribuir cartas para João Doria, do golpista PSDB e, para os golpistas do Congresso Nacional, Rodrigo Maia da Câmara dos Deputados e Davi Alcolumbre, na época presidentes da Câmara e do Senado respectivamente, e até para Jair Bolsonaro.
A capitulação e o conselho aos demitidos
Diante das cobranças dos trabalhadores no sentido de que o sindicato agisse, a resposta de sua direção foi de que todos os trabalhadores, individualmente, deveriam entrar com ação na justiça. Ou seja, depois de capitularem diante da direção da Embraer, pedir auxilio aos golpistas que estão estimulando a devassa em inúmeras empresas como a Embraer, orientam os trabalhadores a não lutar, mas acreditar no judiciário, braço direito dos patrões e do governo, pois esses seriam os que irão resolver a situação das demissões.
Se eximindo de qualquer luta que tenha de paralisar a produção dos aviões e peças, etc., o diretor do sindicato Herbert Claros da Silva afirma que: “continuamos querendo discutir formas para preservar o emprego dos metalúrgicos. Infelizmente, até aqui, foi a Embraer que manteve sua postura inflexível, de não querer negociar alternativas para essa situação”.
É preciso superar a política de se esconder em casa, deixar os sindicatos fechados, como ocorreu durante todo o ano de 2020, e nos dois meses desse ano, é necessário, ainda, mobilizar tanto dos trabalhadores da Embraer, quanto os demitidos, em uma greve com ocupação se suas instalações para resolver a situação das demissões. Nenhuma confiança no judiciário.