Os que defendem a chapa de Lula com Alckmin dizem que é preciso fazer um cálculo eleitoral, que Alckmin poderia articular apoios para trazer votos a Lula. Todos os partidários desta política, de esquerda ou de direita, querem enganar a população, deseducando os cálculos matemáticos do povo.
É necessário aqui uma aula elementar de matemática, mais propriamente de física, ou de cinemática vetorial. É disciplina mais avançada, sim. Mas, assim como a política, é por isso mesmo que está além do alcance de quem se contenta com senso comum e frases feitas. É, assim como na política, preciso estudar.
A aritmética, que é o ramo da matemática que estuda os números e as operações realizadas através da soma, subtração, multiplicação e divisão, não é a operação que vai dar os resultados mais exatos desta política. Para se aproximar do resultado real desta equação temos de nos utilizar da cinemática vetorial. Apesar do nome, veremos que não é tão difícil assim entender o que está acontecendo.
Lula e Alckmin se encaixam quase perfeitamente na adição de dois vetores que apresentam mesma direção, mas sentidos diametralmente opostos, o que neste caso, fará imediatamente a soma se transformar numa subtração.
As classes sociais representadas nesta equação são antagônicas, a burguesia puxa para um lado e nós, trabalhadores, puxamos para o outro. Sendo assim a resultante neste caso, não será para os trabalhadores um acúmulo de forças, por menor que pudesse ser. Pelo contrário a resultante, como em uma equação vetorial será da diminuição brutal da força de Lula, abrindo caminho para que a burguesia consiga introduzir algum outro vetor de força, que neste momento não se apresenta, mas que pode ser um João Doria, ou mesmo Bolsonaro, que pela influência direta do vetor negativo de Alckmin, poderão a depender das maquinações do imperialismo ultrapassar Lula.
Os defensores da adição da esquerda com a direita imperialista, maquiam e mascaram totalmente os valores que podem representar Geraldo Alckmin, assim como indicam a fórmula errada para se chegar aos verdadeiros valores desta equação entre Luiz Inácio Lula da Silva e o picolé de chuchu, Geraldo Alckmin.
Após 33 anos servindo ao mais predador setor da burguesia, o imperialismo, o ex-governador de São Paulo saiu do PSDB e estuda qual a melhor situação para se colocar à disposição da burguesia para a cinemática vetorial da luta de classes contra Lula. Alckmin que já teve o nome muito ventilado ao PSB, negocia também com o PV e o Solidariedade e até a possibilidade do União Brasil que seria uma fusão entre PSL e o DEM.
A entrada de Alckmin como vice de Lula é interpretada por setores da esquerda pequeno-burguesa como se se tratasse de um giro à esquerda, uma espécie de evolução à esquerda, já que o PSB (Partido Socialista Brasileiro) foi a primeira possibilidade e agora surgem também o Solidariedade do Paulinho da Força Sindical, maior central sindical pelega patronal do país, criada pela FIESP, e o Partido Verde. Ou seja, um político reconhecidamente neoliberal, repressor e privatizador, reconhecidamente vinculado à Opus Dei, denunciado nacional e internacionalmente por inúmeros crimes, como reintegrações de posse violentas, repressão policial à professores e estudantes secundaristas e universitários, privatizações, austeridade fiscal, arrocho salarial, parcerias público-privadas, corte de salários de grevistas, encarceramento massivo da pobreza, assassinatos e massacres cometidos pela Polícia Militar, como num passe de mágica, estaria se deslocando à esquerda no cenário político-partidário.
Por toda essa política o vetor de forças de Alckmin não arregimenta milhões de votos para Lula, pelo contrário, tira o voto de milhões de trabalhadores que ao longo de anos de governos psdebistas sentiram na pele o tacão de ferro brutal da burguesia para aniquilar a classe trabalhadora.
Não, Alckmin não está se deslocando à esquerda, seu vetor de força é de extrema direita, é um dos vetores de força da burguesia, oposto ao de Lula, que pelas suas bases sociais é o vetor de força da classe trabalhadora.
Mas a esquerda pequeno burguesa, representada por Marcelo freixo, que há tempos, junto com Flávio Dino se encontram no PSB, tiveram no começo da última semana, com Renato Pereira, marqueteiro de Freixo, um apoio à sua concepção matemática equivocada de que a adição de Alckmin como vice na chapa do ex-presidente Lula (PT), será algo positivo. Será muito positivo para a burguesia imperialista brasileira e internacional.
Renato Pereira, marqueteiro de renome entre os capitalistas disse que a união entre ambos teria o peso da Carta ao Povo Brasileiro assinada em 2002 pelo petista. O documento, divulgado em 2002, simbolizou a aproximação de Lula do mercado financeiro (leia-se, burguesia), seu compromisso de respeitar, quando eleito, as imposições dos grandes capitalistas, o domínio dos bancos e especuladores estrangeiros sobre a economia.
“O Alckmin acrescenta ao Lula a capacidade de representar uma causa moderada, generosa e que procura a união. No contexto de desunião que o país vive, quanto mais forte for a representação da união, mais capacidade você tem de vencer. Gestos valem mais que palavras. O Alckmin é a ‘Carta ao Povo Brasileiro’ de 2022”, afirmou o marqueteiro de Freixo.
Todos estes fatores, ou vetores, minam o poderoso vetor de forças de Luiz Inácio Lula da Silva, sabotando e enfraquecendo.
O único cálculo, e negativo, que esta união poderá gerar para Lula, será um dolorido e talvez mortal cálculo renal para a maior liderança política dos trabalhadores no país.