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79% das crianças com fome

A “saída” deles é matar o povo de fome

A política do grande capital em crise e do seu regime golpista é deixar morrer uma expressiva parcela da população e condenar o presente e o futuro de milhões de seres

Com base em dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde, a própria imprensa capitalista divulgou nessa semana que desde 2016, desde o golpe de Estado, cresceu em mais de 200% o número de crianças que fazem menos do que três refeições por dia.

Em 2015, segundo os dados oficiais, 76% das crianças faziam as três principais refeições ao dia. Já no ano seguinte (ano em que o governo de Dilma Rousseff foi derrubado), a porcentagem de crianças alimentadas com três refeições caiu para 42%. Em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro (e antes da pandemia) os que se alimentavam, minimamente, chegaram a 28%, e no ano passado (2020, com pandemia), esse índice chegou ao mais baixo  patamar dos últimos seis anos com 21%. Os dados apontaram ainda que até outubro deste ano, somente 26% das crianças conseguiam fazer as três refeições. Ou seja, em cada 100 crianças brasileiras, 74 comem menos de três vezes ao dia. Milhões delas estão fazendo apenas uma refeição, quando não chegam a ficar sem comer por todo o dia.

E as análises econômicas apontam que a situação tende a ficar ainda pior com a alta inflacionária (puxada pelos preços dos combustíveis e dos alimentos) e perspectivas de maior retrocesso econômico. Uma tendência do Brasil e de todo o mundo, em meio à crise histórica do capitalismo.

O ministério da Economia e o “mercado” voltaram a alterar, para pior, suas previsões em relação ao crescimento da economia brasileira. Enquanto o Ministério da Economia insiste na previsão de mais de 5% do PIB para este ano, órgãos ligados aos bancos reduziram as previsões de 4,93% para 4,88%, em um quadro de acentuado retrocesso. Para o próximo ano, as previsões são de mais decadência e já se estima um pífio crescimento do PIB de 0,9%.

Todas as estimativas inflacionárias apontam para índices em torno de 10% ou mais; com resultados ainda mais graves na vida da maioria (70%) das famílias que vivem com até três salários mínimos (cerca de R$100 por dia).

Toda essa situação não é obra do acaso, mas da política imposta pelo imperialismo de matar (ou “deixar morrer”) de fome uma expressiva parcela da população para assegurar os lucros dos bancos e outros monopólios capitalistas. Política seguida à risca pelos governos vende-pátria do regime golpista. 

Isso fica evidente na guerra que se trava pelo orçamento público, traduzida na luta dos banqueiros e seus partidos contra até mesmo o miserável auxílio Brasil que o governo Bolsonaro está introduzindo após ter liquidado com o programa Bolsa Família, e com o mísero auxílio emergencial.

Sob o pretexto da “austeridade fiscal”, os verdadeiros “donos” do regime, os banqueiros, pressionam contra o auxílio – com previsão de duração apenas até o final de 2022 – enquanto abocanham mais de 52% do Orçamento Público Federal (dos impostos pagos pelos trabalhadores), algo em torno de R$2,5 trilhões do “bolsa banqueiro”, enquanto o auxílio que seria dado a dezenas de milhões de brasileiros consumiria pouco mais de R$32 bilhões.

Fica evidente que a política dos que deram e se beneficiaram com o golpe de 2016 é expropriar a população pobre, tirar ainda mais de quem nada tem para sustentar os lucros bilionários dos parasitas que se sustentam cada vez mais nos recursos do Estado, roubados da população; além do aumento da exploração da classe operária em todo o mundo.

Diante essa situação, não há espaço para acordo nem interesses comum que o valha. Os trabalhadores precisam apresentar um programa próprio, de luta, independente da burguesia parasitária e dos seus partidos reacionários; que tenha aspectos centrais, como os aprovados no programa da Plenária Nacional Fora Bolsonaro, Lula presidente, tais como:

* Contra o desemprego e as demissões: Redução da jornada de trabalho para o máximo de 7 horas por dia, 5 dias por semana (35 horas semanais); proibição das demissões e readmissão de todos os demitidos na pandemia; ocupação e controle dos trabalhadores sobre as empresas que demitam ou ameacem fechar;

* Contra a carestia e a expropriação dos salários: Reposição integral de 100% das perdas salariais; escala móvel dos salários, diante da escalada da inflação: aumento automático toda vez que o custo de vida do trabalhador subir 3%; salário mínimo vital suficiente para atender às necessidades do trabalhador e de sua família (que hoje não poderia ser menor que R$6.500), deliberado pelas organizações operárias;

* Auxílio emergencial de verdade de – pelo menos – um salário mínimo, enquanto durar a pandemia e a situação de caos atual;

* Abaixo as privatizações e a destruição da economia nacional: Unificar os trabalhadores das estatais para barrar com greves e ocupações as privatizações dos Correios, Eletrobrás, Petrobrás, CEF, portos etc.; cancelamento de todas as privatizações realizadas (Vale, companhias energéticas, bancos, telefonia etc.);

* Fim da expropriação da riqueza nacional: Nacionalização do petróleo, Petrobrás 100% estatal, sob o controle dos trabalhadores; nacionalização e estatização, sem indenização, de todas as reservas, refinarias etc. entregues aos tubarões internacionais; colocar a riqueza do petróleo a serviço das necessidades do povo brasileiro; reestatização da Petrobrás: 100% nas mãos do Estado e sob o controle dos trabalhadores, com eleição de todos os seus postos de direção pelos trabalhadores;

* Fim da ditadura dos bancos e da expropriação do povo: Estatização do sistema financeiro; banco estatal único; cancelamento das dívidas externa e interna; fim dos impostos sobre o consumo e os salários. Imposto somente sob os ganhos dos capitalistas e grandes fortunas.

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