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Na mão dos capitalistas

A privatização da Amazônia travestida de “patrocínio” de Salles

O ministério do Meio Ambiente fechou um acordo com a empresa francesa Carrefour para o patrocínio de uma área de 75 mil hectares de, área equivalente à cidade de Nova York

Na onda do “ A  Amazônia é patrimônio mundial”, o ministério do Meio Ambiente fechou um acordo com a empresa francesa Carrefour  para o patrocínio de uma área de 75 mil hectares de floresta, área equivalente à cidade ne Nova York.

O acordo é o pontapé inicial do Programa “ Adote um Parque” que será lançado pelo governo federal em breve. De acordo com o programa , companhias nacionais e internacionais – empresas, fundos de investimento ou mesmo pessoas físicas – podem patrocinar a preservação de uma unidade de conservação da floresta por 10 euros por hectare para estrangeiros e R$ 50 para empresas nacionais.

No caso do acordo com o Carrefour , a empresa “ cuidará “ da preservação da área , comprometendo-se a investir 4 milhões de reais por ano, disse o ministro Ricardo Salles entrevista na sexta-feira.

O contrato firmado é de 1 ano e  prorrogável por mais 4, se justificando, segundo o governo, pela impossibilidade financeira de gerir e proteger a floresta contra a devastação, em uma clara transferência de responsabilidade da gestão governamental. Cerca de 15% da Amazônia, ou 63 milhões de hectares, estarão disponíveis para o dito “ patrocínio”.

Embora o governo afirme que não seja um programa de venda ou de concessão, é preciso analisar o que vem agregado a esta transferência de gestão a qual é muito pior que as tais parcerias público – privadas tão festejadas até por parte da esquerda nacional pois estas, embora que de forma muito limitada, possibilitam a fiscalização e gerência pública .

No momento que se concede o gerenciamento de áreas , principalmente aquelas escondidas da Amazônia , sobre o subsolo mais rico do planeta,  se abre o precedente para que estas áreas sejam exploradas em seus recursos naturais retirando da esfera pública também a responsabilidade da fiscalização destas áreas.

Na verdade se abre a possibilidade para uma maior devastação sem as devidas punições como tem se visto em casos como o de Brumadinho onde as penalidades devidas pelo acidente ambiental foram sumariamente ignoradas ou abrandadas de acordo com os interesses imperialistas.

Apenas seres extremamente ingênuos são capazes de acreditar e empresas capitalistas, onde todo o interesse gira em torno do lucro, estão preocupadas com questões ambientais.

A finalidade de toda esta operação não é nada menos do que retirar responsabilidade do governo federal e abrir espaço para a exploração de recursos naturais pela privatização de áreas dentro do território nacional usem o nome que quiserem para este tipo de programa.

Mais uma cena no teatro armado para a entrega do patrimônio nacional.

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