Desde os primeiros momentos da pandemia do novo coronavírus (covid-19), a Itália é um dos países que mais chamaram a atenção em termos de infecção e mortes. Um país imperialista, um dos primeiros a apresentar um grande alarde e que um ano depois vacinou apenas 10% da sua população.
A primeira vacina contra o coronavírus foi registrada na Rússia, na terça-feira do dia 11 de agosto de 2020. Muita polêmica foi gerada em cima da confiabilidade da Sputnik V, a imprensa burguesa em todo o mundo fez campanha contra a vacina russa, mas por fim ela seguiu pelo mundo como uma solução para a infecção do vírus. Desde então, surgiram várias outras vacinas de laboratórios dos EUA, da Alemanha, da Inglaterra, e começou-se a vacinar uma parcela da população dos países ricos, enquanto a Rússia, a China e Cuba foram os únicos países a oferecer uma alternativa para os países pobres.
Vendo por esse ponto, poderia se pensar que os grandes países imperialistas estariam em uma situação bem favorável, pois já existem muitos tipos de vacinas disponíveis ao redor do mundo. No entanto, não é bem assim. A própria Itália, desde que começou a vacinar em massa, em dezembro, tem apenas 10% de sua população vacinada com a primeira dose, entre as vacinas Pfizer/BioNTech, Moderna e Oxford/Astrazeneca. Ou seja, de 59,6 milhões de pessoas, apenas 2.787.749 de pessoas conseguiram se vacinar adequadamente, enquanto 5.977.336 ainda esperam pela segunda dose da vacina. Isso significa dizer que mesmo no berço do imperialismo, o país ainda tem cerca de 51 milhões para serem vacinados. Ainda esta semana, o país registrou mais de 23 mil novos casos.
Se é assim num país imperialista, imagine num país atrasado…
O Brasil, por exemplo, enfrenta uma enorme crise, tendo ultrapassado 300.000 mortes por coronavírus nesta semana. Esta situação trágica é responsabilidade direta do governo golpista e de extrema-direita do “negacionista” Jair Bolsonaro, mas também de toda a direita “científica”, que procurou se colocar como alternativa a Bolsonaro, mas em suma adotou a mesma política, o povo brasileiro não foi testado, não houve investimentos na saúde e contratação massiva de profissionais necessários para combater à pandemia.
Até hoje a vacinação no Brasil não chega nem perto dos 10% da Itália, que já são ruins. O governo brasileiro se recusou a comprar vacinas no ano passado, ainda foi chantageado pelos EUA a não comprar a Sputinik V em detrimento da vacina da Pfizer. Além disso, o governo também não forneceu condições para a produção massiva da vacina no País, deixando a população à própria sorte, refém da imprensa burguesa, que culpa o próprio povo na tentativa de acobertar Bolsonaro e toda a direita golpista.
Essa demora em vacinar a população italiana mostra que a crise sanitária é tão grave que o imperialismo não mais está dando conta de manter o sistema capitalista. Mesmo os países imperialistas, não estão vacinando sua população. O que ajuda a entender que a vacinação no Brasil está ainda mais distante, nem dizer então sobre os países ainda mais pobres.
Para acobertar essa crise mundial, a burguesia e a direita se esforçam para iludir a população, passando a imagem de que basta ficar em casa que a qualquer momento tudo se resolverá num passe de mágica, enquanto o lucro dos bancos cresce e o povo morre sem vacina e de fome.